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Priscila Fantin é a vilã Beatriz de Sete Pecados |
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Sete Pecados está enclausurada nos estúdios. A trama das sete da Globo, que já está na reta final, começa a dar cada vez mais sinais de sufocamento. Basta observar os capítulos da história de Walcyr Carrasco para perceber que raramente as cenas se passam em externas.
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De estúdio para estúdio, as tomadas acabam transmitindo uma sensação de aprisionamento, sem intervalos com cenas ao ar livre. No entanto, a trama certamente chama a atenção pelo humor, ponto forte de todas as novelas assinadas por Walcyr.
A cada núcleo, por mais dramático que seja, o autor - que escreveu comédias de época bem-sucedidas na televisão, como O Cravo e a Rosa e Chocolate com Pimenta -, tempera com maestria as inserções cômicas, garantia de um ritmo ágil e leve, bem apropriado ao horário, que permanece com 30 pontos de média e 48% de participação.
No entanto, em meio às cenas mais descontraídas, alguns personagens ainda insistem em dar um tom cabisbaixo à história. Gabriela Duarte, por exemplo, na pele da politicamente correta Miriam, chega a dar náuseas com o insaciável bom-mocismo de sua professora, suas expressões de sofrimento e uma voz açucarada. Par perfeito para a insossa atuação de Marcello Novaes, cada vez menos expressivo com o entediante Vicente.
Recheada de clichês, com inúmeros "bons exemplos" transmitidos com um visível didatismo, a trama realmente parece sufocar pela excessiva intenção de passar "mensagens do bem". Chega a ser constrangedor assistir a Custódia, de Cláudia Jimenez, verbalizar "filosofices" como "A vida é uma estrada, um caminho, não um ponto de chegada" e outras superficialidades que parecem extraídas de manuais de auto-ajuda.
Além de parecer conversa de botequim, frases como essa contribuem para despencar a qualidade da dramaturgia. Evidencia que a produção industrial de cada capítulo, cada vez mais extenso em longos blocos, muitas vezes desencadeia num conteúdo cada vez mais ralo.
Em contrapartida, alguns atores têm conseguido fazer bonito ao defender personagens. Priscila Fantin, por exemplo, na pele da ambiciosa vilãzinha Beatriz, conseguiu o feito de não encaminhar sua pérfida interesseira pelo caminho da caricatura.
A atriz mesclou um tom de deboche com um comportamento atrevido da personagem que, ao armar diversos golpes e situações, consegue se manter como uma das figuras mais interessantes da história.
Isso sem falar em Cecília Dassi, como Estela, uma menina extremamente dócil e ingênua, que facilmente poderia ser tachada de chata e cansativa. A atriz consegue, com uma convincente carga dramática, transmitir uma emoção bem dosada em suas cenas. Isso prova que os personagens, independentemente do caráter na história, conseguem se destacar positivamente quando fogem do maniqueísmo, ultimamente tão comum em tramas cômicas do horário das sete.
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