> Diversão  > Gente & TV


 Especiais
BBB 9

 Sites relacionados
Caras
Cinema & DVD
Diversão
IstoÉ Gente
Música
OFuxico
Séries de TV
Séries Online
Sonora

 Notícias por e-mail

 Fale conosco

Sete Pecados
Sábado, 2 de fevereiro de 2008, 10h16 
Marcelo Médici ganha destaque em 'Sete Pecados'
 
Márcio Maio
 
Luiza Dantas / Carta Z Notícias/TV Press
Marcelo Médici comemora sucesso em  Duas Caras
Marcelo Médici comemora sucesso em Duas Caras
 Últimas de Sete Pecados
» Marcelo Médici ganha destaque em 'Sete Pecados'
» Personagem-problema exigiu o melhor de Kayky Brito
» Marcello Novaes faz mais sucesso como bom-moço
» Paulo Betti se identifica com seu personagem em novela
Busca
Busque outras notícias no Terra:
Marcelo Médici começou em Sete Pecados com um papel pequeno, interpretando o mordomo Antero. Mas, de uma hora para outra, ganhou espaço com as confusões de seu personagem com a trama policial da novela e cortou um dobrado para encarnar outros três divertidos tipos na história de Walcyr Carrasco.

» Veja mais fotos de Marcelo Médice

"Durante várias noites, dormi apenas três horas. Demorávamos muito tempo na maquiagem e no figurino", conta ele, referindo-se à babá Zizi, ao chinês Chong Xing e ao faxineiro Tião.

Agora, depois de dois papéis em novelas que demoraram a chamar atenção, o ator já sabe o que esperar de um próximo trabalho na televisão. Marcelo torce para ser escalado em uma produção que, desde o início, tenha um personagem instigante e mais denso.

"Sei que não tenho porte de galã, mas existem várias possibilidades de destaque sem que você precise estar na pele do mocinho", justifica.

Você foi escalado para interpretar um papel menor em Sete Pecados e, na reta final, ganhou destaque com os disfarces de seu personagem. Como você reagiu a essa mudança?
Tudo tem um lado bom e outro ruim. Os atores falam que o teatro tem uma reação instantânea de público, mas vi que na televisão isso não é muito diferente.

Enquanto eu fazia só o Antero, tudo estava tranqüilo. Mas quando as cenas da Zizi começaram a entrar no ar, percebi que estava fazendo sucesso porque o público reagiu na mesma hora. Essa é a parte muito boa da história.

Isso mudou completamente minha rotina de gravações. Em várias noites, dormi apenas três horas, porque perdia muito tempo com maquiagem, figurino, essas coisas. Fui pego de surpresa. Uma surpresa boa, mas extremamente trabalhosa.

Como você se preparou para interpretar a babá Zizi, o chinês Chong Xing e o faxineiro Tião?
Essa é a outra parte ruim da história. Não deu tempo. Foi tudo muito rápido e, por mais instigante que seja, mexeu muito comigo.

Não tenho tanta experiência em televisão e não me sentia seguro para interpretar vários personagens de uma vez. Por acaso, é isso que faço no teatro, na peça Cada Um Com Seus Pobrema Mas foram meses de ensaio, sabendo exatamente o que ia acontecer no palco.

É por isso que acho que, em um próximo trabalho, gostaria de ser avisado caso estejam previstas mudanças radicais em um personagem que eu faça.

Mas essas mudanças em Sete Pecados chegaram a incomodar você?
Não, acabou dando tudo certo e fizemos sucesso com essas surpresas. Mas poderiam ter incomodado. É claro que o ator tem de estar preparado para fazer qualquer papel. Eu vim do teatro, adoro o improviso.

Essa busca pela audiência imediata faz com que as tramas sofram alterações radicais e imprevisíveis. E é a cara do ator que fica exposta ali. Em nenhum momento me avisaram que isso poderia acontecer.

Você chegou a questionar alguém sobre o motivo dessas transformações? Foi algum problema com a novela?
Não conversei com ninguém. Não sei se avaliaram a novela, se chegaram à conclusão de que alguma coisa estava faltando. Sobre isso, acho muito perigoso esse método que usam com as pesquisas de grupo. Parecem opiniões precipitadas, pouco fundamentadas e de pessoas que não são responsáveis por aquele produto.

É sempre muito perigoso mexer na obra de um autor, porque a história pode se perder assim. Não sei se foram essas pesquisas que motivaram algumas mudanças.

Essa é sua segunda novela na Globo e, mais uma vez, você começou com um papel menor e conquistou espaço ao longo da história. Você se considera um ator "coringa"?
Posso parecer pretensioso ao dizer isso, mas tinha a sensação de que ia chegar um momento em que eu ia aparecer em Sete Pecados.

Não tinha problemas em fazer um papel menor até porque sei que a vida é assim. Mas é claro que sabia que poderia fazer mais. Seria mentira se eu dissesse que estava feliz escondido atrás de um personagem sem conflitos. Espero mais dos meus próximos trabalhos.

Como o que, por exemplo?
Sei que não tenho porte de galã, mas torço para que meu futuro seja diferente. Gostaria de ser chamado para uma novela em que, de cara, já percebesse que seria um bom papel.

Queria entrar já com um certo destaque, sem ter de ficar lutando ou tendo paciência para esperar a minha hora. Mesmo que fosse em mais um papel de comédia.

Você tem medo de ficar rotulado como humorista?
Estou tentando não entrar nessa paranóia, mas é claro que não tenho interesse em ficar limitado a apenas um estilo de interpretação. Mas, por coincidência, meu próximo personagem no teatro também será em uma comédia, no espetáculo Irma Vap.

Por enquanto, estou aproveitando essa fase. Sei que estou bem na fita no humor e isso agora é muito bom. Mas também sei que vai chegar uma hora em que vou querer atravessar essa fronteira entre a comédia e o drama. E aí vou mudar minha postura mesmo.

Vou buscar papéis em televisão que sejam diferentes, procurar uma peça mais séria e investir pesado nisso. Até porque não tive uma formação de humorista, e sim de ator.

Mas você estreou no A Praça É Nossa, do SBT, que é um programa humorístico...
Sim, fiquei lá por três anos e adorei participar do programa. Mas queria pular para o núcleo de novelas. Foi a minha contratação no SBT que me deu dignidade na profissão.

Você não perde sua dignidade para você, mas perde para o mundo. Em um país como o Brasil, você não pode viver se não puder pagar um plano de saúde, por exemplo. E o SBT me deu essa posição na sociedade. Passei a ter um salário, um dinheiro certo para contar no final do mês.

É muito difícil investir em uma profissão tão concorrida e pouco reconhecida no Brasil. Conheço vários atores que não ganham dinheiro com seu talento.

Quando você começou a investir na carreira artística?
Desde pequeno queria ser ator, mesmo sem saber o que isso era. Eu via crianças na televisão e queria ser igual a elas.

Outro dia encontrei uma amiga da época da escola e ela me disse que tinha se tornado veterinária.Lembrei que ela dizia isso desde pequena e eu também achava que seria veterinário. Mas quando falei isso, ela me cortou e disse que eu queria ser ator.

Sempre pensei nisso, mas nem me lembrava. Tanto que comecei a estudar teatro no colégio. Só mais velho, aos 16 anos, procurei um curso específico. Minha primeira peça profissional foi O Mundo das Cores, quando tinha 18 anos.

E você conseguia se sustentar com a profissão até estrear na televisão?
Eu morava com minha família, então recebia a ajuda deles. Só comecei a ganhar mesmo dinheiro com teatro quando comecei a fazer Cada Um Com Seus Pobrema.

Sempre fiz de tudo: eventos, comerciais, locução, enfim, o que pintasse e eu pudesse fazer, aceitava. Sonhava fazer novela sim, mas só quando fosse realmente um papel legal. E demorou a pintar. Nem participações em novelas da Globo eu fiz, porque não me interessavam.

Nunca quis aparecer, até porque vim de São Paulo e lá a gente não tem essa obsessão por novelas. Existe mais espaço para ganhar dinheiro com outras coisas, como comerciais. Sempre achei a televisão muito arriscada.

Estréia no humor
Marcelo Médici começou a atuar no teatro em infantis, aos 18 anos. Mas sua estréia na televisão só aconteceu mais de dez anos depois, aos 29, para participações no programa A Praça É Nossa, do SBT.

Foram três anos como funcionário da emissora e que trouxeram seu primeiro salário fixo como ator. Mas, apesar da segurança financeira, foi esse trabalhou que impediu que o ator conseguisse um papel em uma novela da Globo, em 2001.

"O Sílvio de Abreu me chamou para As Filhas da Mãe, mas eu era contratado do SBT e não deu para fazer", lembra.

Em 2003, disposto a sair do humorístico, Marcelo aproveitou que a emissora demitiu todos os funcionários e passaria a pagá-los com um cachê por aparição e tentou um papel em Canavial de Paixões, novela produzida pelo SBT. O ator conseguiu e entrou, já na metade da novela, para interpretar o sisudo Osvaldo.

"Foi meu único trabalho na televisão sem estar relacionado à comédia", diz. Dois anos depois, Marcelo recebeu uma nova oferta de Sílvio de Abreu: interpretar o gago Fladson em Belíssima. E, desta vez, não precisou dispensar o convite. "Acho que valeu a pena esperar. Foi um excelente papel e até hoje as pessoas falam dele", gaba-se.

Longe dos cinemas
Apesar dos 18 anos de carreira, Marcelo Médici ainda não se sentiu seduzido pelos longas-metragens. O ator até já participou de um, O Corpo, de Carla Camurati. Mas, além de ter ganhado uma participação pequena, não conseguiu se achar no filme.

"Cortaram a minha parte", conta, às gargalhadas. Mas isso, por enquanto, é uma opção do próprio ator. Marcelo já recebeu dois roteiros de filmes, para protagonizá-los, mas decidiu esperar o momento certo para investir nesse segmento.

Até porque, ao contrário de muitos colegas, o ator não sente necessidade de fazer cinema. "Por enquanto, me identifico mais com o teatro e com a televisão. Vou fazer cinema quando achar que é um trabalho realmente indispensável", desdenha.

Trajetória televisiva
A Praça é Nossa (SBT, 2000 - 2003)
Canavial de Paixões (SBT, 2003) ¿ Osvaldo Dias
Belíssima (Globo, 2005) ¿ Fladson Rodrigues
Sete Pecados (Globo, 2007) ¿ Antero, Zizi, Chong Xing e Tião

 

TV Press
Imprimir Enviar