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Sete Pecados
Sábado, 16 de junho de 2007, 10h00 
"Já sou capaz de enxergar meus acertos", diz Gianecchini
 
Gabriela Germano
 
Luiza Dantas/TV Press
Gianecchini volta à TV em  Sete Pecados , de Walcyr Carrasco
Gianecchini volta à TV em Sete Pecados, de Walcyr Carrasco
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O personagem de Reynaldo Gianecchini em Sete Pecados, novela das sete que estréia nesta segunda, lembra a clássica história de O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. No livro escrito no século 19, Dr. Jekyll é um homem de admirável reputação que se transforma em Mr. Hyde, uma figura assombrosa. No folhetim de Walcyr Carrasco, o Dante defendido pelo ator começa como bom-moço na trama mas não demora a se transformar em um cara sem princípios.

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Seduzido por Beatriz, de Priscila Fantin, ele é levado a cometer todos os pecados capitais. E, ao ficar com a moça, abandona a mulher Clarice (Giovanna Antonelli). Para interpretar o taxista que, inicialmente, é um boa-praça, o ator diz que foi buscar lembranças da época em que morava em Birigüi, no interior de São Paulo. "Lá existem pessoas com a mesma bondade do personagem. Resgatei esse meu lado de quem viveu no interior porque hoje já sou mais 'cascudo' para a vida", confessa ele.

Depois de incorporar um personagem bem diferente dos que já tinha vivido na TV, o engraçado borracheiro Pascoal em Belíssima - "as pessoas não imaginavam que eu pudesse fazer comédia" - o próprio ator diz que é preciso cuidado para não escorregar no tom de seu mais novo personagem. "Não dá para inventar muita coisa, carregar nas tintas, porque aí fica difícil acreditar", opina.

Em sua sexta novela - a estréia aconteceu em 1999 como o galã Edu, de Laços de Família - Reynaldo Gianecchini afirma que, com o passar do tempo, aprendeu a valorizar o que conseguiu conquistar na carreira. "Hoje não me firo mais com as críticas e já sou capaz de enxergar meus acertos", confirma.

Você já interpretou alguns bons-moços na televisão. Qual o diferencial do personagem Dante, que você vai encarnar em Sete Pecados?
Esse personagem é um cara bom, muito generoso, mas estou tendo bastante cuidado para fazer dele uma figura crível, um homem real. Ele também se irrita, fica com outra mulher apesar de ser casado. Não é um herói desses que só existe em cinema. É um personagem bonito porque gosta muito de ouvir as pessoas, ser atencioso. Mas o diferencial é que de mocinho ele se transforma em um homem sem princípios. O interessante vai ser viver essa virada.

A escolha por compor um mocinho não só com qualidades, mas também com defeitos, também é uma tática para não deixá-lo chato?
Não acredito em herói perfeito. Esse é chato. Mas em uma pessoa com um coração tão bom como o desse personagem, eu acredito. No interior, de onde eu vim, há muita gente com um perfil parecido com o que busco para o Dante. Gente que não tem tanta malícia, guarda uma certa ingenuidade. Mas isso não quer dizer que essas pessoas não saiam do sério de vez em quando, que não falem palavrão. O ser humano tem tudo dentro de si. Qualidades e defeitos.

O fato de você ter nascido em Birigüi, no interior de São Paulo, o ajudou na inspiração para esse trabalho?
Sem dúvida. Ter nascido no interior sempre ajuda quando a gente precisa buscar um olhar mais puro para um personagem. Nas cidades pequenas, as pessoas ainda acreditam umas nas outras. Não conhecem um mundo muito maior do que aquele universo em que vivem. Eu me lembro que quando cheguei pela primeira vez em uma cidade grande, em São Paulo, muita coisa me assustava. Tinha vontade de crescer, mas ficava amedrontado com tanta novidade. Não tinha malícia para nada. Tive de aprender a me virar sozinho, sem a família e os amigos por perto. Era preciso descobrir as coisas por mim mesmo e saber lidar com as armadilhas. Procuro sempre buscar esse meu lado de quem nasceu e cresceu no interior porque hoje não tenho mais esse perfil. Virei um cara mais "cascudo" para a vida.

O tema central da novela são os sete pecados capitais e todos eles se manifestam ao redor do seu personagem. Qual o peso dessa responsabilidade?
São calhamaços de texto para decorar, mas depois de um tempo na profissão, a gente fica mais exigente e sinto que estou entrando em um projeto bom. A história é ótima e isso diminui o peso de minha responsabilidade. Influenciado pela personagem da Priscila Fantim, o Dante é tentando o tempo todo a cometer os pecados. Ele enfrenta situações em que precisa fazer escolhas na vida que podem melhorar ou piorar o seu futuro. A discussão central é até que ponto você realmente usa o livre arbítrio para tomar decisões.

Qual o primeiro pecado que atinge o seu personagem?
O primeiro pecado com o qual ele se depara é a gula. Mas não no sentido da comida e sim no fato dele querer mais do que já tem. Porque o personagem tem um casamento estável, uma família bacana, uma realidade financeira razoável, mas se pega gostando de andar mais bem vestido, querendo sempre mais e mais. E a gula não é só querer comer mais. É sentir-se insaciado com aquilo que você possui. Mas para cada pecado ele tem uma virtude e a novela fala bastante de como as pessoas tentam dosar esses dois lados na vida. Acho que todo mundo tem pelo menos um pecado e é até bom pecar um pouquinho em alguns sentidos.

Por quê?
Porque a vida certinha, sem cometer nenhum pecado, fica muito chata. O pecado da gula, por exemplo, eu também tenho muito. Mas no sentido da comida (risos). Como para caramba e sou meio insaciável. Mas tento controlar os meus pecados quando acho que estão passando do limite e me fazendo mal. No caso da vaidade, quando percebo que estou perdendo muito tempo em frente ao espelho, já começo a não curtir.

Ao se preparar para esse papel na novela você está se deparando mais com seus pecados do que com suas virtudes?
Acho que para incorporar o Dante estou entrando em contato com a minha bondade, com o que tenho de bom. Para trazer verdade para esse personagem eu tinha que buscar informações dentro de mim, porque não dá para inventar muito. Ele tinha de ser simples, caso contrário ficaria difícil de acreditar nele. É bem diferente de meu último trabalho, o Pascoal de Belíssima. No caso dele, cabia colocar vários elementos e carregar nas tintas. Com o personagem Dante é o contrário.

Quando você interpretou o Pascoal, personagem bastante cômico, muita gente se surpreendeu positivamente. Sete Pecados é uma comédia. Você terá a oportunidade de trabalhar novamente esse lado engraçado?
As pessoas não acreditavam que eu fosse capaz de fazer uma figura engraçada como o Pascoal. Mas a história do Dante é mais séria. Mesmo assim sempre tento trazer um pouco de humor. E no drama, se você não coloca uma pitadinha de graça, pode ficar pesado. Tento sempre me divertir com as situações do personagem para trazer uma certa leveza. Mas isso é um aprendizado para mim.

Sete Pecados é a sexta novela de sua carreira. Que balanço você faz de sua trajetória televisiva até aqui?
Continuo muito crítico em relação ao meu próprio trabalho, mas hoje em dia valorizo muito mais minhas conquistas. Gravando esta novela, estou sempre ao lado da equipe de edição para ver como está meu desempenho. Consigo ver os acertos e enxergar o que é bom, mas percebo o que pode ser melhorado e me critico para caramba em pequenos detalhes. A diferença é que atualmente não me magôo mais. Só tento resolver o que acho que não está de acordo com o personagem. A verdade é que todo ator é um sofredor que anda com um chicote e chicoteia a si próprio.

Plano único
Reynaldo Gianecchini mudou-se para São Paulo aos 17 anos para cursar Direito. Aos trancos e barrancos, conseguiu se formar, mas sempre se dividindo entre as salas de aula e as passarelas. Acabou chamando mais a atenção em fotos e campanhas publicitárias do que com um diploma de advogado nas mãos. Fez carreira no exterior e, em 1998, quando retornou para o Brasil, iniciou-se no mundo da atuação. Começou a namorar a jornalista Marília Gabriela, com quem foi casado, e se tornou um galã mais cobiçado em Laços de Família, de 1999, quando passou a ser foco do assédio e das fofocas. "Se eu não amasse tanto a carreira de ator, talvez já tivesse desistido. Mas eu não tenho plano B, não penso em fazer outra coisa que não seja atuar", desabafa Gianecchini.

Sete anos depois de estrear em uma novela das oito, o ator não está mais casado e basta ser flagrado ao lado de alguma mulher para "ganhar" uma nova namorada. O tempo de exposição, no entanto, ajudou Reynaldo a encarar a invasão de privacidade com um pouco mais de jogo de cintura. Para ele, o mais grave são as mentiras inventadas, que fazem as pessoas construírem uma imagem que não existe. "Hoje estou mais maduro para lidar com a exposição de minha vida pessoal. Não sou ingênuo ao dar declarações. Mas me impressiono ao ler tanta coisa sobre a minha vida que não tem fundamento", enfatiza. Mais votado em Portugal

Para integrar o elenco da novela Sete Pecados, Reynaldo Gianecchini teve de abrir mão de um projeto de teatro que deu o que falar, a peça Sua Excelência, O Candidato. O ator interpretava o personagem central do espetáculo, um político com postura nada exemplar. Com texto de Marcos Caruso e direção de Alexandre Reinecke, a comédia foi sucesso de público no Brasil, apesar dos críticos não terem sido nada piedosos com a atuação de Gianecchini. Já em terras portuguesas, a recepção foi bastante positiva. Eram tantos aplausos que, em alguns momentos, a apresentação chegava a ser interrompida. "O sucesso lá foi maior do que aqui. Tínhamos receio de que eles não entendessem o humor que a história propunha, mas foi ótimo", avalia o ator. Com a saída de Gianecchini do elenco, quem o substituirá é o "ex-profeta" Thiago Fragoso.

Trajetória Televisiva
Laços de Família (Globo, 1999) - Edu
As Filhas da Mãe (Globo, 2001) - Ricardo Brandão
Esperança (Globo, 2002) - Toni
Da Cor do Pecado (Globo, 2005) - Paco/Apolo
Belíssima (Globo, 2005) - Pascoal
Sete Pecados (Globo, 2007) - Dante
 

TV Press
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