| Reprodução/Terra |
Ativistas vão protestar contra a ausência do beijo gay entre Júnior e Zeca no final de América |
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América terminou, mas a polêmica continua. A falta de beijo na boca acabou virando bate-boca fora do ar. Sem o tão esperado beijo entre Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro), a novela, que atingiu 66 pontos no Ibope, com picos de 70, decepcionou o público que estava na expectativa de assistir à cena que selaria o amor do casal homossexual. Como resposta, grupos gays preparam beijaços em todo o País como sinal de protesto.
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Até Glória Perez, autora da novela, se diz frustrada com a decisão da TV Globo. "Eu e Marcos Schechtman (diretor) tentamos até o último momento, insistindo para que a cena fosse ao ar", contou ela, que gravou sete versões diferentes da cena. "A decisão veio da alta cúpula. Eles ponderaram que o beijo gay poderia chocar a família brasileira", contou Glória.
Depois de ter dito que o corte foi decisão da autora, o diretor da Central Globo de Comunicação, Luis Erlanger, voltou atrás e, apesar de manter a palavra de que não houve corte, garantiu que "foi efetivamente uma decisão da emissora".
"Toda vez que a Globo julga que uma cena não está adequada para o horário, a gente conversa com o autor e o diretor na tentativa de mudar. A nossa função é zelar pela sociedade para evitar que a censura seja externa", minimizou Erlanger. A produção ainda tentou negociar a inclusão do beijo na reprise deste sábado, mas não conseguiu.
Sempre apresentando em suas novelas assuntos polêmicos, Glória usou e abusou deles em América. Tráfico de drogas, deficiência física, espiritismo e relacionamentos entre diferentes idades e mesmo sexo. "Queria deixar claro que nós escrevemos a cena e a gravamos. Esperávamos realmente que fosse ao ar", falou, afirmando que só soube que a cena seria cortada na própria sexta-feira. "Mesmo assim, valeu a pena a ousadia. Cumpri o meu papel", garante.
Mas não é o que pensam os ativistas gays do País. Prestes a embarcar para Brasília para o Encontro Brasileiro de Gays, Lésbicas e Trangêneros, na Câmara dos Deputados, os principais líderes preparam um protesto para terça-feira, em frente ao Palácio do Planalto.
"Vamos abrir o protesto pelo projeto 'Brasil sem Homofobia', propondo um beijaço nacional em nome do amor e do afeto entre pessoas do mesmo sexo", avisa Cláudio Nascimento, do grupo Arco-Íris, prometendo beijos públicos fora da ficção.
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Atualizada às 11h06
