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Um Dia Com
Domingo, 10 de abril de 2005, 17h09 
ENTREVISTA SÔNIA ABRÃO
 
Alexsandra Bentemüller
 
Alexsandra Bentemuller/Terra
Sônia Abrão: O público não engole discurso
Sônia Abrão: "O público não engole discurso"
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Na sessão de entrevista ao Portal Terra, realizada depois da apresentação do programa Sônia e Você, da Record, a apresentadora Sônia Abrão, 46 anos, se mostrou mais extrovertida e disposta a falar, sem cerimônia, dos artistas que freqüentam as páginas dos noticiários do dia-a-dia. Confira:

Veja as fotos!
"Sou boa de briga", diz Sônia Abrão

Você trabalha com dois dos seus irmãos. Elias Abrão, por exemplo, é o diretor do programa Sônia e Você. É difícil trabalhar com a família?
Não. Eu gosto. Dá para brigar mais à vontade (risos). Mas a gente briga pouco. Estou acostumada com o temperamento dele.

Você cultiva a cultura da celebridade?
Não. O conceito de celebridade ficou muito rasteiro. Hoje em dia, você passa pelo Big Brother e fica famosa. As celebridades são consideradas pelo público pessoas privilegiadas, lindas, ricas e que conseguem realizar todos os sonhos. Isso nem sempre é verdadeiro.

Você se interessa por política?
Sim. Também gosto de outros assuntos como música, cinema e teatro. Eu leio tudo: os jornais de São Paulo e Rio de Janeiro e três revistas semanais.

Qual é a sua opinião sobre os paparazzi?
Sou contra invasão de privacidade, como entrar na casa de uma pessoa sem autorização. Mas acho válido saber onde os artistas circulam. Todo mundo está interessado numa boa fotografia, principalmente o leitor.

No começo do mês, Chico Buarque foi flagrado aos beijos com uma mulher casada. Quem errou: o músico ou os paparazzi?
Acho um tremendo absurdo Chico Buarque alegar que o episódio foi invasão de privacidade (risos). Ele não estava numa praia particular. Por desejo ou por amor, deveria ter preservado a identidade da mulher que estava como ele. Talvez, inconscientemente, os dois quisessem mesmo aparecer.

O que você pensa da postura das cantoras Marisa Monte e Maria Bethânia, que não freqüentam programa de TV?
Acho errado. É puro esnobismo. Eu não gosto desse tipo de mentalidade. Programa de tevê não invade a privacidade de ninguém. No palco, os entrevistados dizem o que querem. As perguntas são feitas, mas eles podem responder ou não.

Na maioria das vezes, o apresentador Fausto Silva diz que seus entrevistados são talentosos e vivem um momento de glória. Alguns críticos o consideram pernicioso. Existe dramaturgia nas suas entrevistas?
É o jeito do Faustão (risos). Ele herdou esse superlativo da experiência com o jornalismo esportivo. Tudo em campo é mais dramático e sensacional. Nas entrevistas, eu ressalto as qualidades e abordo os defeitos. Com bom senso e delicadeza, vale falar qualquer coisa.

Mas existe dramaturgia nas suas entrevistas?
Não dá para atuar porque fica falso. O público não engole discurso. Quando trabalhava num jornal sensacionalista, aprendi que não precisa carregar nas coisas. Precisa escolher os acontecimentos fortes, que já trazem a sua própria carga dramática. Então, se você quer fazer um programa forte, escolha assuntos fortes.

E qual é a avaliação que você faz do trabalho do Faustão?
Apesar dessa característica over, eu gosto do trabalho dele. O Faustão também é muito sincero com as pessoas. Ele briga muito no palco, fala o que tem que falar e perde as estribeiras. O público não enjoou dele porque existe um contraponto. Ele não discursa o tempo todo.

O que acha dos humoristas do Pânico na TV?
Gosto deles. Os humoristas do Pânico têm o espírito de uma criança malcriada (risos). Eles falam coisas que a gente gostaria de dizer, mas não tem coragem. Eles colocam no lugar essas celebridades que estão se achando muito. É cruel, mas eu acho engraçado quando eles estão entrevistando alguém e dizem: 'agora não vai dar mais porque chegou alguém mais famoso que você' (risos). É o desabafo de tanta gente.

Você já sentiu vontade de xingar ou bater em alguém?
Sim. Eu xingo quando sinto vontade. Uma vez ou outra na vida, você tem que perder as estribeiras.

Você gosta de uma briga?
É... Eu sou boa de briga (risos). Até hoje as pessoas lembram da minha briga com uma repórter da TV Globo durante a cobertura do caso Gerson Brenner (em 1998).

O que aconteceu?
A ex-mulher do Gerson Brenner, Denise Tacto, havia prometido dar uma entrevista ao SBT sobre o estado de saúde do marido, que estava internado na UTI de um hospital de São Paulo.
De repente, aparece uma repórter da Globo dizendo que o Gerson estava sendo operado e que a Denise, que estava grávida de oito meses, teve contrações e havia ido embora. Mesmo assim, permaneci no hospital. Logo, notei uma movimentação da equipe da Globo. Bingo: a Denise ainda estava no hospital e a Globo queria exclusividade na entrevista. De repente, peguei o microfone e um rapaz com iluminação móvel me acompanhou. Quando a Denise saiu do elevador, nossa equipe partiu pra cima dela, ao lado repórter da Globo. Eu levei chute e beliscões. Eles ainda puxaram o cabo para interromper a transmissão do SBT. Eles agrediam pra valer. Fiz questão de narrar o ataque no ar, ao vivo, no Domingo Legal. Foi uma confusão. Um monte de gente saiu do SBT e foi ao meu encontro temendo retaliação da Globo. Entre eles, estava o apresentador Otávio Mesquita.

Você também brigou com a Gretchen. Por quê?
A briga aconteceu por causa do Cláudio Farias (ex-noivo da cantora acusado de espancá-la em 2002). O meu programa, na época exibido pelo SBT, foi o único a mostrar que a Gretchen não era vítima na história da agressão. Claro, ninguém aceita que uma mulher seja espancada. Eu tenho a mais absoluta certeza que o Cláudio não fez isso. Eu fiz na Rádio Capital um trabalho de muitos anos com mulheres espancadas e com a Delegacia da Mulher. Eu sei qual é o perfil de uma mulher agredida de verdade. Uma mulher agredida de verdade não vai se casar dois meses depois da agressão. Ela fica anos sem querer ver homem pela frente. Dois meses depois da suposta agressão, a Gretchen estava casando e ainda posou nua, grávida e vestida de noiva. Isso é mulher espancada? Ela estaria traumatizada se tivesse levado os golpes disse.

Por que você investiu nessa polêmica?
Eu fui contra mundo, mas não fiz isso de graça. O primeiro programa de tevê que a Gretchen e o Cláudio levaram o convite de casamento foi o meu. Por isso eu levei essa história até o fim. Ela montou o circo todo e depois coloca o cara na fogueira. Achei muita sacanagem.

Você defende o apresentador da Record Netinho que agrediu fisicamente sua mulher, em fevereiro?
Eu não tenho como defendê-lo. Ele realmente bateu na mulher. A gente conversou francamente há algumas semanas. Ele falou: 'nós nos agredimos', 'eu bati nela e ela me bateu'. Ele assumiu a agressão, se retratou e se arrependeu. Eu estou em busca daquilo que seja realmente honesto e convincente para o público. Não vou mentir.

Você também brigou com a apresentadora Ana Maria Braga...
Sim. Ela deu uma entrevista negando um suposto romance que vivia com um segurança. Na época, o homem em questão era o Carlos Madrulha (ex-marido da apresentadora). Dois dias depois, a Ana Maria resolveu assumir a relação. Eu virei mundos e fundos para colocá-la no ar novamente. E falei: 'agora, você vai dizer se mentiu ou não para o meu público'. É o fim da picada.

O que você pensa da recém-anunciada gravidez da modelo e apresentadora Daniella Cicarelli?
Eu acho um absurdo. Não era necessário mentir sobre a gravidez. Todo mundo já estava sabendo. Os jornais haviam publicado o nome do laboratório que ela fez o exame e até o sobrenome falso que usou. É muita mentira. E o público não é bobo. Ela pensa que está enganando, mas o que está indo pelo ralo são a credibilidade e o carinho que as pessoas sentem.

Daniella Cicarelli agiu certo em expulsar Caroline Bittencourt do seu casamento?
Barraqueira. Se você faz uma festa num castelo, seu comportamento deve ser no mínimo de uma princesa. Ela fez um barraco e nada justificou isso. Eu detesto gente mal-educada.

Você acha que gravidez da Daniella Cicarelli é um Seguro-Mordomia?
Ela se sente especial por estar com um ídolo mundial. Acho que essa gravidez não é investimento apenas na parte financeira. É uma ansiedade de ancorar esse mundo especial que vive. Infelizmente, ainda tem mulher que pensa que filho segura casamento.

Você mente para seu público?
Não minto mesmo, pelo menos conscientemente. Na tevê, você engana muita gente por pouco tempo, ou pouca gente por muito tempo. Mas você não engana todo mundo por todo o tempo. Então, prefiro falar o que eu sinto, mesmo que as pessoas condenem a minha opinião. Discordar é importante porque levanta um debate de idéias e pensamentos. Se alguém manda um e-mail malcriado, eu respondo malcriadamente também.

Você gosta de fofoca?
Depende. Eu enjoei. Eu passei 15 anos da minha carreira fazendo coluna de bastidores. Tem uma hora que irrita. Aqui, no Sônia e Você, a gente só traz o lado artístico quando tem algum acontecimento, como o barraco da Cicarelli e a transferência do Belo de presídio.

E o que você pensa da prisão do cantor Belo?
É uma injustiça. Um pai que arremessa um bebê contra um carro em movimento é absolvido nesse País. Enquanto um músico é condenado a oito anos de prisão com toda essa marcação, sem poder receber visita íntima. É uma verdadeira tortura psicológica por algo que não foi definitivamente ou efetivamente comprovado.

Você gosta do reality show Big Brother?
Eu não gosto. Pode variar a personalidade de um ou outro participante, mas é um programa chato e repetitivo. O Big Brother cativa o público porque é sempre uma checagem de comportamento. É a eterna briga entre o bem e o mal.

Você é noveleira?
Muito. Mas não curti a novela Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva. Não gostava da protagonista Maria do Carmo (personagem de Susana Vieira). Achei mal-escrita a história dela com o filho Reginaldo (Eduardo Moscovis). Ela não era mãe, era uma inimiga mesmo.

Você convive bem com o fato de falar da vida dos outros?
A gente tem que comentar todos os fatos. Eu só procuro comentar com critério, sem baixaria e julgamentos.

O que você sente com as críticas sobre seu trabalho?
Opinião é sempre uma coisa relativa e os critérios são subjetivos. O meu valor como profissional e a consciência do meu trabalho dependem de mim. Eu tenho que saber o que eu acho de mim. Não são os outros que vão dar essa medida. Ninguém é tão importante assim na minha vida a ponto de mudar o rumo do meu trabalho.

Você já falou besteiras no ar?
Muitas. Sou atrapalhada (risos). Eu penso rápido. Mas não lembro de nenhuma besteira para contar agora.

Qual foi o lado bom e ruim de trabalhar com Silvio Santos?
O lado bom foi poder estar ao lado de um mestre da televisão. O lado ruim foi a instabilidade. Silvio Santos muda muito de idéia. Ele é muito instável.

Você gosta de assistir ao seu programa na TV?
Não. Não assisto. Eu não gosto da minha imagem. Não gosto de televisão. Eu cheguei à TV movida pela vontade de conhecer tudo para poder escrever bem. Não sabia que a TV ia gostar de mim. Eu não gosto muito dela (risos).

Você sofre algum tipo de censura dentro da Record?
Nenhuma. Tenho liberdade para trabalhar. Eu uso o meu bom senso. Eles têm uma orientação religiosa diferente da minha. Isso não é motivo para eu falar ostensivamente sobre a minha religião. Mas nunca escondi de ninguém o quanto eu sou católica.

Você já obteve algum milagre?
Quando fiquei grávida a primeira vez, eu perdi meu bebê no terceiro mês de gestação. Foi uma experiência terrível. Foi um aborto espontâneo. Nove meses depois, engravidei novamente. Eu pirei. Tive uma gravidez clinicamente ótima, mas a cabeça dançava. Tinha medo de perder o bebê de novo. Eu tremia dos pés à cabeça. A religião me ajudou a superar isso e consegui equilíbrio.

Você se preocupa com os níveis de audiência?
Não. Eu gosto de bar bons índices, mas não fico obcecada com essa história do minuto a minuto. Prefiro ver relatório mensal de audiência.

Sua vida íntima raramente é exposta à mídia. Por quê?
Não tem nada de tão especial. Sou uma mulher comum. Minha vida não tem glamour. Sou uma trabalhadora, uma mulher que escolheu ser independente financeiramente.

Você leva desaforos para casa?
Eu sou esquisita, desequilibrada. Tem horas que eu faço tempestade num copo d' água com uma coisa insignificante. Em outros momentos, engulo um sapo enorme sem reclamar. Depende muito do meu momento. O pessoal que trabalha comigo tem mania de perguntar a mesma coisa duas vezes (risos). Só para checar. Eu mudo de idéia rápido.

Qual é o seu maior sonho?
Que o programa Sônia e Você cresça e compense o investimento da Record.

Na Record, você ganha mais do que no SBT?
Ganho. Ganho mais tranqüilidade, segurança e motivação para fazer o meu trabalho. Isso não tem preço.

Qual é o time de futebol que você torce?
Eu sou apaixonada pelo Corinthians.

Você grita com seus funcionários?
Eu não sou nenhuma santa, mas não gosto de gritarias. Brigo sem gritos e tampouco histerias por qualquer coisa.

Qual é o lazer favorito?
Ler e pensar. Eu adoro ficar sozinha num canto pensando.

O que você não gosta de fazer que a sua profissão obriga?
Maquiagem, trocas de roupa e retoques no cabelo. Eu odeio isso. É perda de tempo.

Do que você mais se arrepende até hoje, na sua carreira?
Eu gostaria de ter sido correspondente internacional. Mas nunca tive coragem de deixar a minha família. Eu cobriria a guerra do Iraque tranqüilamente.

Qual é o seu maior vício?
Sou dependente química de Coca-Cola. Odeio água. Estava internada na Sexta-Feira Santa por causa de um cálculo renal. Tenho um problema sério.

O que tira você do sério?
Hipocrisia, agressão gratuita e gente autoritária que se sente melhor do que todo mundo. Não gosto de pessoas com sede de poder pelo poder.

O que você mais gosta de comprar?
Livro, revistas e utensílios de cozinhas, especialmente xícaras e tigelas.
 

Redação Terra
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