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» Autor critica "quem matou" e fará novela "politicamente incorreta"

"Eles não parecem ser gays. Parecem casais heterossexuais filiados ao Partido Republicano (risos)... Além de não terem trejeitos e de não tocarem nunca no assunto, estão fazendo uns gays extremamente moralistas", critica.

Para ele, mais importante que mostrar gays inseridos na sociedade, é mostrá-los como são e sofrendo os problemas que sofrem no dia-a-dia. "Não adianta fingir que ninguém comenta sobre o relacionamento deles ou que todo mundo age com naturalidade em relação a isso porque não é assim."

Como exemplo, citou o presidente Lula, que em visita à Noruega fez um comentário ao passar em frente à estátua de um veado. Segundo o autor, Lula teria dito: "Isso aqui não tem no Brasil." "Se tivesse sido o (Jorge) Bornhausen a fazer um comentário desses, todas as entidades de defesa dos direitos dos gays teriam se manifestado."

Segundo ele, o pior desse episódio é o líder máximo do País emitindo uma opinião sobre um assunto que não faz parte de suas atribuições: a sexualidade de seus cidadãos.

Gay que gosta de mulher
Como já havia prometido, o tom de Duas Caras, que estréia no próximo dia 1º de outubro, será o politicamente incorreto. Tanto que, na trama, terá um personagem gay que se apaixona por uma mulher.

O ator Thiago Mendonça, que interpretou o Luciano no filme Dois Filhos de Francisco, vai interpretar Bernardinho da Conceição. O material de divulgação da novela descreve o personagem como um "cozinheiro de mão cheia", amigo inseparável de Dália Mendes (Leona Cavalli), que começa a novela como mulher de traficante e dependente química.

Segundo Aguinaldo Silva, o rapaz é assumidamente gay, mas se apaixona por esta mulher. "Não é um sentimento sensual e é ao mesmo tempo, porque eles gostam de se agarrar, de se tocar e ficam conversando até tarde. Brigam até com seus parceiros para estarem juntos. Acho que na verdade a gente se apaixona pelas pessoas."

Wolf Maya, diretor da novela, aposta que o personagem vai fazer sucesso com os telespectadores. "O Bernardinho é excepcional e pode gerar uma catarse grande do público. A história de um gay que se apaixona por uma mulher é delicada e será conduzida com muita emotividade."