Jorge Rodrigues Jorge/TV Press |
Aguinaldo Silva é autor da próxima novela das 20h, 'Duas Caras' |
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O autor de Duas Caras, Aguinaldo Silva, cuja trama substituirá Paraíso Tropical no horário das 21h no dia 1º de outubro, na Globo, criticou, em entrevista ao Terra, o uso do recurso do "quem matou?" no final das novelas. De acordo com ele "isso é coisa de autor sem criatividade".
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No entanto, Silva, que escreveu junto com Gilberto Braga um dos crimes mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira ("Quem matou Odete Roitmann?", em Vale Tudo) ressalta que a crítica não é pessoal e diz que se dá muito bem com Gilberto Braga.
"Acontece que eu considero esse recurso um estelionato. Ele serve muito mais à mídia que ao telespectador. Tanto que você sai nas ruas e não vê as pessoas comentando. É a mídia que faz um estardalhaço em cima disso", pondera.
Outra crítica que o autor faz é ao "politicamente correto". Segundo ele, isso deixa a novela "careta" e "chata". "Eu vou fazer uma novela politicamente incorreta, assim como fiz em Senhora do Destino (2004). Em Duas Caras as pessoas dizem o que têm de dizer, porque o público da novela não é politicamente correto."
Um exemplo que Aguinaldo Silva, criador de personagens irreverentes como Perpétua (Joanna Fomm em Tieta), Félix Guerrero (Antonio Fagundes em Porto dos Milagres) e Nazaré (Renata Sorrah em Senhora do Destino), usa para ilustrar o teor político de sua nova trama é uma frase da personagem de Susana Vieira, Branca, que reprime uma invasão de estudantes em sua faculdade com ação policial.
Chamada de fascista e "de direita", Branca responde: "Se respeitar a ordem e a legalidade é ser de direita, então todas as pessoas deveriam ser de direita."
"Acho pertinente tocar nesse assunto, porque a ordem e as instituições estão acima de todos. O grande dilema do Brasil é esse: Ou se respeita a lei ou se mergulha no caos. Hoje em dia se usa o politicamente correto para tolher a ação das pessoas que respeitam a lei, por isso vou tocar nesse assunto dessa forma. Por isso digo que minha trama será politicamente incorreta. E aqui estou eu falando de política, mas escrever novela é um ato político. Pronto. Falei!"
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