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Participantes da Parada do Orgulho Gay em Lisboa, realizada neste sábado, fizeram um minuto de silêncio para lembrar a morte do travesti brasileiro Gisberto Salce Júnior, assassinado em fevereiro por um grupo de adolescentes.
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O caso, que aconteceu na cidade de Porto, também foi lembrado em outras cidades da Europa. "Já houve manifestações em Paris, Madri, Barcelona, Bruxelas, Marselha, Strasbourg, Atenas, Berlim, na Áustria e na Holanda por causa de Gisberta", conta Sérgio Vitorino, do grupo homossexual Panteras Rosa.
O julgamento dos adolescentes vai acontecer em julho e o único que se encontrava em prisão preventiva, por ter mais de 16 anos, foi libertado.
"Para nós, o mais importante não é o julgamento ou a condenação. Queremos prevenir que esse tipo de crimes não aconteça e isso só vai ser possível com o reconhecimento por parte do Estado da população trans", diz Vitorino.
Reivindicações
A Parada Gay de Lisboa reuniu um número menor de pessoas neste ano, que foi a sua sétima edição. Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação - no ano anterior foi o dobro.
Paulo Corte Real, da ALGI Portugal - braço português da organização européia Associação Lésbica e Gay Internacional, comentou: "Já estamos habituados a que haja mais gente andando ao lado da Parada, fora da rua. Quem tem vergonha de entrar na Parada, acompanha andando ao lado".
Durante o trajeto percorrido, houve uma mistura entre parada festiva e manifestação política. Alguns participantes gritavam palavras de ordem contra a homofobia, pela igualdade de direitos, enquanto os outros eram animados por música tecno que saía de duas caixas de som colocadas na parte de trás de uma caminhonete.
As reivindicações eram pelo direito ao casamento homossexual, à adoção por parte de casais do mesmo sexo e à fertilização in vitro de mulheres solteiras e pertencentes a casais lésbicos.
Perto do final do percurso, todos pararam e fizeram um minuto de silêncio em homenagem a Gisberta.
Gisberto Salce Júnior, um paulistano de 45 anos que costumava usar o nome Gisberta ou Gis, vivia em Portugal há 14 anos - país onde veio para tentar juntar dinheiro para uma operação de mudança de sexo.
No dia 14 de fevereiro, o grupo de 12 adolescentes da instituição de acolhimento de jovens Oficinas de São José, ligadas à Igreja católica, bateu e violentou sexualmente o travesti brasileiro e depois, quando ele desmaiou, jogou o corpo num poço, onde morreu afogado.
O crime foi descoberto depois de um deles ter contado o que aconteceu a uma professora na semana seguinte.
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