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Domingo, 1 de janeiro de 2006, 11h07 
TV digital vai revolucionar a forma de ver novelas
 
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Num futuro não muito distante, a tecnologia digital vai oferecer uma nova forma de fazer e assistir televisão. Com um simples apertar de botões no controle remoto, o telespectador vai poder acionar uma infinidade de recursos interativos, hoje impensáveis no sistema analógico.

Além de uma melhor qualidade de som e imagem e uma maior variedade de canais, vai poder escolher o melhor ângulo de visão em partidas de futebol, participar de enquetes em programas em tempo real e acessar cenas de capítulos anteriores de novelas.

"A tevê digital vai oferecer ainda a possibilidade de acessar a programação da tevê aberta no carro, no ônibus, no metrô, etc, através de aparelhos portáteis, como o telefone celular", adianta Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia e coordenador do grupo técnico de tevê digital da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão, Abert.

Nos estádios de futebol, o telefone celular deve substituir o bom e velho radinho de pilha. Mas quem preferir ficar em casa, refestelado no sofá, vai poder acompanhar também as jogadas do time do coração. Quem garante é Liliana Nakonechnyj, diretora de Telecomunicações da Central Globo de Engenharia.

Segundo ela, a Universidade Federal da Paraíba já está finalizando os últimos detalhes do Torcida Visual, um programa de tevê criado para demonstrar que, com o advento da tecnologia digital, nada será como antes.

"Esse programa visa dar ao telespectador a sensação de estar em um determinado local do estádio e, inclusive, torcendo com os amigos, uma vez que escutará os sons daquele setor específico e poderá ver e falar com seus amigos através do receptor de tevê", detalha Liliana.

Programas como o Torcida Virtual vão permitir uma maior interatividade com a tevê. Em pouco tempo, o público vai poder participar de enquetes propostas por programas em tempo real, dar a sua nota nos quesitos do desfile das escolas de samba ou, quem sabe, eliminar os participantes de reality shows como Big Brother Brasil, da Globo, e Casamento à Moda Antiga, do SBT.

Ou, melhor ainda, eliminar o próprio reality show da grade de programação... No jornalismo, a tecnologia digital vai permitir também que o telespectador acesse dados complementares, como gráficos, mapas e estatísticas, à matéria que está sendo exibida.

"Até por uma questão de tempo, temos de dizer tudo o que aconteceu de importante no dia sem um aprofundamento maior. Na tevê digital, vamos dar oportunidade ao usuário de, em caso de interesse, aprofundar determinado assunto", observa Roberto Franco, diretor de Tecnologia do SBT.

Mas o esporte e o jornalismo não vão ser os únicos beneficiados. A telenovela, uma das paixões nacionais, também não ficará de fora das "maravilhas digitais". Com o controle em mãos, o telespectador vai se transformar em um autêntico editor de imagens, rever cenas de capítulos anteriores ou, simplesmente, acessar informações complementares, como elenco, produção e resumos da semana.

Mas, como não poderia deixar de ser, a tevê digital também vai incrementar o conceito de "merchandising" em novelas. "Surgindo o interesse por produtos em cena, como roupas, móveis ou eletrônicos, o público poderá solicitar informações sobre preço, marca e modelo e, principalmente, o endereço da loja onde encontrará o produto", observa Gilberto Verzoni, diretor de Engenharia e Tecnologia da Band.

Para que essas e outras novidades se tornem realidade, o governo precisa definir o padrão nacional de tevê digital. As tecnologias americana ATSC, européia DVB, a japonesa ISDB e a brasileira SBTVD disputam o privilégio de se instalar num mercado com cerca de 170 milhões de habitantes e aparelhos de tevê em 90% das residências. Tal decisão, porém, só deve ser anunciada até o dia 10 de fevereiro.

O passo seguinte será no dia 7 de setembro de 2006, quando deverá ser feita a primeira transmissão comercial da tevê digital no Brasil. "Não haverá tempo hábil, até a Copa de 2006, para a tevê digital estar disponível para o grande público. O que poderá ser feito são transmissões experimentais em locais públicos, como shoppings, para que o público possa saborear a nova televisão", pondera Liliana.

Prata da casa
Desde o início do ano, 22 consórcios de pesquisa - que reúnem 76 universidades e 34 empresas - estudam a melhor tecnologia de tevê digital. A um custo estimado em R$ 52 milhões, 1.300 cientistas das mais diferentes instituições de ensino e pesquisa tentam não só adaptar as características dos modelos internacionais, mas criar soluções que atendam à população brasileira.

"A bem da verdade, os três sistemas têm prós e contras. Só será aceito, porém, aquele que atender às nossas necessidades. A meu ver, o japonês é o que precisa de menos modificação", opina Roberto Franco.

Apesar de já existirem três padrões internacionais - o japonês, o americano e o europeu -, o Brasil desenvolveu seu próprio sistema de transmissão digital, o SBTVD, sigla para Sistema Brasileiro de Televisão Digital. Baseado no modelo japonês, foi atualizado com novas tecnologias.

"O que esperamos do padrão a ser adotado pelo governo é que ele atenda a duas questões fundamentais: mobilidade e alta definição. Se for assim, o padrão pode ser qualquer um, inclusive o brasileiro", pondera Bittencourt, da Globo.

Além da qualidade de imagem e de áudio, o padrão SBTVD permite enviar e receber dados pelo televisor, como se fosse um computador. Na tela do aparelho, também serão possíveis acessar a conta bancária, enviar a declaração do Imposto de Renda e consultar o saldo do FGTS.

O governo brasileiro só não pretende repetir com a tevê digital o mesmo erro da tevê em cores. Na ocasião, o país criou um sistema próprio de transmissão, o PAL-M, hoje usado apenas no Brasil e no Laos.


 

TV Press
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