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Dezesseis jovens, na faixa dos 20 anos, chegaram à final depois de serem selecionadas entre cerca de 30 candidatas, e desfilaram, com as cores da bandeira brasileira, nos trajes típicos desses concursos - roupa de banho e vestido de gala.

"Ser miss nunca foi um sonho, mas a oportunidade rolou, o pessoal do meu trabalho insistiu para eu me inscrever, e aqui estou", disse Ariana, do interior de São Paulo, uma das candidatas.

O concurso foi realizado para divulgar a beleza da mulher brasileira. Luis Lula Filho, o idealizador do evento, é um veterano dos concursos de miss no Brasil, tendo organizado competições em São Paulo e Alagoas.

"Aqui tudo é mais difícil, conseguir patrocínio, as pessoas ainda não conhecem a gente, o nosso trabalho... Mas no final foi bom, a receptividade foi legal", conta ele.

Lula, como é conhecido, organizou outros concursos desse tipo 14 anos atrás, mas parou por falta de apoio. Desta vez, atraiu patrocínio e bastante interesse das brasileiras.

"Não esperava ser miss, mas as expectativas estão aí, tenho 1 em 16 chances", disse Luciana de Jesus, do Tocantins, que acabou ficando em terceiro lugar na disputa e ganhou de prêmio um fim de semana na Espanha.

A maioria das meninas não tinha experiência anterior de "miss", mas Danúbia Soares, outra candidata, contou ser uma veterana de concursos. "Fui miss Brasil Turismo e fiquei em 15º na etapa mundial. Foi uma experiência maravilhosa", conta ela.

"A importância do concurso é divulgar a beleza de nosso País para a gente atrair mais turistas para lá e ser mais bem aceito na comunidade brasileira em Londres", completou Danúbia.

As jovens foram julgadas nos quesitos beleza, elegância, simpatia e personalidade, por um grupo de jurados de diferentes nacionalidades que, em comum, tinham a falta de experiência em julgar beldades.

"Me pediram para entrar no júri no último minuto, para substituir alguém que não pôde vir", disse a inglesa Ana Costin, que é jornalista especializada em terrorismo e segurança do Grupo de publicações Jane's. "Nunca sequer estive em um concurso de beleza antes, imagine julgá-lo! Vou procurar não apenas a candidata que seja a mais bonita, mas também a mais simpática, que melhor souber se apresentar, a mais sofisticada. Sei que é um clichê, mas é o que vai me guiar nesta noite."

Outro juiz, o irlandês Eoin Hayden, disse que estava mais nervoso do que as misses. "Vou avaliar a beleza e o estilo, mas também a personalidade", disse ele.

As meninas tiveram a chance de mostrar a personalidade durante o concurso quando foram entrevistadas pelo apresentador da competição, Ricardo, que, por sua vez, foi estrela de um reality show da TV britânica sobre um salão de cabelereiros, The Salon.

Quando perguntou à candidata Poliana quem era a mulher mais influente do mundo, a resposta foi clássica: "Minha mãe".

Ariana, que é do interior de São Paulo, não soube o que responder sobre o principal marco de sua cidade e acabou tendo de concordar com o apresentador: era ela própria.

A carioca Paula de Oliveira, que está tentando carreira de modelo, disse que deixou o Brasil para aprender inglês e morar com a família dela, que vive no sul da Inglaterra.

Ela ficou em segundo lugar e recebeu de prêmio uma passagem de ida e volta para o Brasil.

Mas a nova representante oficial da beleza brasileira na Grã-Bretanha é Ana Lídia Pires, de Olinda, Pernambuco, a única candidata do Nordeste, que levou para casa um prêmio de mil libras, cerca de R$ 4,3 mil. Emocionada, ela contou que ia dar metade do prêmio para a mãe e avisou que não pretende seguir a carreira de miss.

"Vou voltar para o meu emprego, num salão de beleza. Mas se aparecer algum trabalho, pode mandar para o meu caminho", disse.