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"Não sei quem é nem a conheço", respondeu o rabino Kaduri sobre a diva pop |
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O mais velho e venerado cabalista judeu, Isaac Kaduri, declarou à imprensa israelense que está proibido ensinar a Cabala, compêndio do misticismo judeu, à atriz, dançarina e cantora americana Madonna, agora Esther.
Em uma entrevista concedida este fim de semana ao jornal Maariv, o centenário rabino destacou que, de fato, as mulheres judias também não estão autorizadas a estudar a Cabala.
"Não sei quem é nem a conheço", respondeu Kaduri ao ser perguntado sobre se estava disposto a receber a cantora em sua residência de Jerusalém, como diziam algumas informações. A uma mulher não judia também não se deve mostrar as Sagradas Escrituras, disse.
Segundo os especialistas no misticismo hebreu - que cativou a Madonna e se colocou de moda em seu país -, as mulheres poderiam cair na demência estudando-o, e daí a proibição.
Os entendidos dizem que se trata de um conhecimento tão sagrado que só pode ser abordado em seus textos originais após anos de estudar outra das obras clássicas da civilização judia, o Talmud, e de conseguir um especial refinamento espiritual.
A atriz e cantora, que doou esta semana US$ 6 milhões para uma escola que se dedicará a difundir a Cabala, adotou o nome de Esther como um pseudônimo judeu.
Madonna tem previsto visitar Israel no mês próximo, durante as festividades do ano novo hebreu 5765.
A cantora que não se apresentará em Israel, prevê junto a outros estudiosos visitar os santuários da cidade de Safed - berço da Cabala - e outros centros religiosos venerados pelos judeus, como o Muro das Lamentações ou "Kotel Hamaarabí" em Jerusalém.
O Centro de Cabala dos Estados Unidos reservou 950 quartos em dois hotéis de Tel Aviv e um grande salão para os serviços religiosos do novo ano hebreu, que começarão no dia 15 de setembro, até a celebração, uma semana depois, do dia solene de expiação e jejum total do Yom Kipur, o Dia do Perdão.
Neste último dia, quando Israel pára durante 25 horas nas quais não existe atividade alguma, incluídos meios de imprensa e transportes, os judeus - e se supõe que também Madonna -, pedirão ser "inscritos no Livro da Vida" para o novo ano.
Esse Centro americano opera atualmente em 12 países e conta com 1 milhão de seguidores, segundo fontes da entidade.
A popular cantora - cujo marido se opõe energicamente a suas novas atividades religiosas, segundo informações procedentes dos Estados Unidos - tem previsto chegar a Israel junto com a atriz Demi Moore e a estilista de moda Donna Karan, entre 2 mil estudiosos de Cabala.
O governo do primeiro-ministro Ariel Sharon e os organismos de segurança prometeram a máxima proteção aos visitantes durante sua estadia na Terra Santa para judeus, cristãos e muçulmanos.
Os participantes chegarão dos Estados Unidos, Venezuela, Polônia e Costa do Marfim, informou a diretora israelense do Centro da Cabala, com sede na cidade de Los Angeles, Osnat Yudkevich.
O período que vai dos festejos do novo ano, Rosh HaShaná, e as comemorações do dia de Yom Kipur, "que é quando Deus nos sela a inscrição, ou não, no Livro da Vida", é uma semana de "meditação ao mais alto nível".
Por isso, acrescentou, nesses dias "chamamos as sinagogas de 'salas de guerra' e um deve combater seus pecados e suas partes negativas" para ser inscrito.
Os que participem das cerimônias de Ano Novo e do Dia do Perdão o farão segundo a tradição dos cabalistas, que seria distinta da simplesmente ortodoxa, segundo Yudkevich.
Diz o El Zohar - o texto mais importante da Cabala - que quem lê as palavras do Velho Testamento sem pensar em seu significado é como se comesse palha, acrescentou a diretora em alusão aos que lêem automaticamente, ou falam de cor, o texto bíblico.
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