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Sábado, 6 de setembro de 2008, 09h14  Atualizada às 09h13
Regiane Alves: "me curtem mais como vilãzinha"
 
Mariana Trigo
 
Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias/TV Press
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Até hoje, Regiane Alves lembra com um sorriso nos olhos de um conselho de um dos seus primeiros professores de interpretação: Você tem cara de interpretar mocinhas. Quando acontecer, faça com muita personalidade". Dez anos e nove personagens depois, a atriz de recém-completados 30 anos vive a determinada Joana em Beleza Pura. Antes disso, Regiane nem fez tantas mocinhas assim. Suas feições de "biscuit" serviram mais como contraponto para viver personagens vilãzinhas, como a malcriada Dóris, de Mulheres Apaixonadas, que está sendo reprisada desde a semana passada. "As pessoas me curtem mais como vilãzinha", brincou.

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Mesmo com um rol de papéis de destaque em novelas, só em Beleza Pura a paulista de Santo André conseguiu galgar sua primeira protagonista na Globo.

"Em alguns momentos, achei que poderia ter tido este destaque antes. Mas hoje sei que chegou na hora certa. Agora que estou super-realizada no trabalho, quero casar, ser mãe e sossegar um pouquinho", planeja.

Você estreou na TV como protagonista de Fascinação, no SBT, em 1998. Dez anos depois você volta a viver uma protagonista. Que avaliação você faz desse trabalho? Nossa, que saudades do meu início! Dez anos depois me deparei novamente com muito trabalho. Na primeira novela foi quando percebi que o papel do coadjuvante é melhor que a mocinha, porque você tem tempo de elaborar o personagem. Com uma protagonista, aprendo na marra a administrar o resto da minha vida. Tenho o peso de abrir e fechar a história de uma novela. Acho que esse trabalho foi muito bem aceito. A Andrea (Maltarolli) é rápida na escrita. As coisas não demoravam para acontecer entre os personagens. Tudo muda muito rápido. Meu maior problema com uma mocinha é trabalhar com a frustração. Com 10 cenas em média para gravar em um dia, é óbvio que nem todas vão ficar boas como eu quero.

Você teve receio de estrear como protagonista na Globo com o texto de uma autora iniciante, a Andrea Maltarolli?
O que me deixou nervosa foi perceber o quanto a Joana é parecida comigo. Isso me deu muito medo, porque tinha de delimitar onde ela começava e onde a Regiane acabava. Precisava desse distanciamento. Isso gerava insegurança. Todas as outras personagens que fiz, que eram vilãs, meninas metidas ou mal-amadas, eram papéis muito diferentes do que eu sou. Gostei de alguns detalhes da trama, como ela ter se envolvido com o Renato (do Humberto Martins). Ele tinha um amor sincero por ela. A novela discutia ética o tempo todo. Por isso, acho que foi bom ela voltar com o Guilherme, ficar com seu amor verdadeiro. Sou assim na minha vida: se der certo, ótimo. Senão, bola para frente e vamos para a próxima.

Então você se identificou com as transformações da personagem?
No início, pensei que o objetivo maior dela era encontrar a mãe. Isso ficou bem marcado no primeiro capítulo. A mãe chegou por volta do capítulo 100. Falei: "Ui! E agora? Qual o objetivo da minha personagem?". Depois, ela teve seqüências boas com o pai, Tomás (Werner Schünemann), e chegou a dar um tapa na cara dele. Ela começou com força na história. Sempre lembro do que meu primeiro "coach" falava no início da minha carreira: "Você tem cara de interpretar mocinhas. Quando acontecer, faça com muita personalidade". Gostei dela ter sido apimentada com esse tapão na cara do pai. Outro dia fiz uma cena em que a Joana dava um tranqüilizante para a Norma (de Carolina Ferraz). "Todo mundo no estúdio falou: Ah, suas vilanias voltaram". Respondi: "É, estou de volta. É divertido. As pessoas me curtem mais como vilãzinha.

Você também parece preferir as vilãs. Apesar das feições angelicais, imprime atitudes fortes nas personagens. A que você atribui isso?
Tenho essa carinha, mas já fiz 30 anos. Quem cavou esse meu lado contraditório foi o Manoel Carlos. Em Laços de Família, a Clara era assim, metida, patricinha e arrogante. É estranho. Sempre me pergunto por que me dão personagens com tanta personalidade. Será que eu sou assim?

O que você acha?
Estou na fase de fazer aquele balanço, quando a gente pára e olha para trás para avaliar a carreira. Saí de São Paulo, vim para o Rio sem conhecer ninguém. É muito difícil chegar num lugar novo e lutar pelo seu sonho. Tem vários fatores e frustrações.

Você se refere ao fato de ter feito teste para Malhação antes de ir para o SBT e não ter passado?
Também. Isso foi horrível naquela época. Lembro que fiz o teste de Malhação com a Taís Fersoza para o núcleo da academia. Não passei porque o diretor me achou gordinha, pegou na minha perna e falou: "Olha, você tem celulite!". Fiquei arrasada. Tinha 18 anos. Tinha feito a Oficina de Atores da Globo com 17 anos, em São Paulo. Quando não passei no teste no Rio, fui embora para casa chorando no ônibus. Falava: "Não vou ser atriz de televisão. Vou fazer Teatro. Ser atriz é uma coisa maior!". Fiquei numa crise imensa.

Mas, logo depois, você foi para o SBT não só fazer Fascinação, como também protagonizar a novela.
Fiquei um ano e meio fazendo teatro e só depois foi rolar o teste do SBT. Fiquei feliz porque Fascinação não ia ser exibida no Brasil pelo acordo que o SBT tinha feito com a Televisa. Não queria que passasse aqui porque eu não tinha domínio da atuação, do tempo das cenas. Quando soube que o SBT iria exibir, pensei que fosse acabar minha carreira de vez. Foi assustador. Quando foi para o ar, achei horrível. Hoje ainda vejo uma cena minha e fico sem dormir quando acho péssimo.


De que forma esta rigorosa auto-avaliação se reflete na sua carreira?
Acho que dá bom resultado. Este mês a Globo me mandou uma cesta linda me dando parabéns pelos 10 anos de carreira. Tive muita sorte, muito trabalho. Fiz praticamente uma novela por ano, ou seja, bastante coisa. Minhas vilãs sempre tiveram mais destaque que as mocinhas, mas sempre busquei muita versatilidade. Minha preocupação maior no início de um trabalho é sempre buscar um diferencial. Quando olho para trás, fico feliz de ter conquistado caminhos diferentes.

Mas esses caminhos foram conquistados por suas vilãs, principalmente a Dóris, de Mulheres Apaixonadas, seu maior destaque na carreira.
Ela foi muito marcante, mas a mais inesquecível foi a Rosália, de A Muralha. Foi minha estréia na Globo. Era um papel lindo, uma menina que se apaixonava pelo vilão e deixava a família. Queria fazer bem. Foi um mergulhão. Outro marco é lembrar do Maneco no final de Mulheres Apaixonadas, que não sabia o que fazer com a Dóris. Ele me ligou e eu falei: "Ah, não sei o que te dizer. Pedi apenas para ele resolver o ambiente familiar dela, a convivência com os pais e os avós". No final desses trabalhos, vai chegando a solidão, o vazio, é quase uma relação de morte. Agora, fazendo minha primeira protagonista na Globo, sabia que eu precisava chegar nesse patamar. Faltava essa posição na TV.

Com a Joana você mudou fisicamente, cortou e alterou a cor do cabelo, emagreceu, passou a tomar mais cuidados com a pele por causa da profissão da personagem e reformulou sua alimentação. Que heranças ela vai deixar?
Primeiro, de um papel bem resolvido. As médicas dermatologistas têm ligado para a Globo felizes porque eu me encaixo no perfil dessas profissionais. São todas branquinhas, com a pele lisinha. Sempre tive cuidado de não sair no sol, usar protetor solar, estar sempre com chapéu. Com a novela, isso ficou mais marcado. Às vezes achamos besteira, mas passar essas informações mais simples é fundamental. Outro dia, quando fiz o programa da Ana Maria Braga e falei sobre câncer de pele, um dos diretores olhou para uma mancha em sua mão, procurou um médico e soube que estava com câncer. Esse lado útil dos personagens é uma herança prazerosa.

Elo estético

Antes de emoldurar sua pele de porcelana em personagens espevitadas, Regiane Alves estampou a capa de diversas revistas. Foi descoberta por acaso aos 13 anos de idade pela dona da agência L´Equipe, uma das mais conhecidas de São Paulo. Com poucos cliques de fotógrafos da moda, Regiane passou a ser requisitada principalmente para matérias de beleza e em closes generosos. "As pessoas da agência achavam que eu ia crescer muito e apostaram em mim como modelo", diverte-se, do alto de seu 1,66 m - uma pequena estatura para modelos de desfiles.

Entediada por apenas fazer caras e bocas, Regiane partiu para os trabalhos publicitários, onde precisava interpretar, e fez campanhas para o McDonald's, GM, Clean & Clear, Tostines, entre outras. "Resolvi investir pesado em sessões de fono, aulas de interpretação e preparação corporal", enumera. Das campanhas para as novelas foi um pulo, mas Regiane jamais abandonou os palcos. Entre peças amadoras e profissionais, a atriz sempre foi adquirindo mais experiência com o teatro para aprimorar o improviso na atuação.

Mesmo com maior bagagem na telinha, a atriz faz questão de sempre intercalar alguma peça entre as gravações das novelas. Com o término de Beleza Pura, Regiane vai encenar Enfim, Nós, onde contracena com Bruno Mazzeo, que também assina o roteiro. "Um dia falei para ele que queria fazer alguma coisa para discutir a intimidade de um casal. Ele disse: 'Não tenho um drama, mas se você quiser uma comédia'. Topei na hora", anima-se.

Sintonia fina

As personagens de Regiane Alves que mais tiveram destaque na TV foram em tramas de Manoel Carlos. Após atuar em três novelas do autor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas e Páginas da Vida, a atriz acredita que tem maior intimidade com as personagens escritas por Maneco. "Nos entendemos muito bem. Ele sempre diz que sou uma atriz que não se defende dos personagens. Nunca me podei com uma vilã nas mãos. Tem gente que prefere cuidar da imagem. Isso seria uma burrice", ressalta a atriz.

Trajetória Televisiva

# Fascinação (SBT, 1998) - Ana Clara.
# Meu Pé de Laranja Lima (Band, 1998) - Lili.
# A Muralha (Globo, 2000) - Rosália.
# Laços de Família (Globo, 2000) - Clara.
# Desejos de Mulher (Globo, 2002) - Letícia.
# Mulheres Apaixonadas (Globo, 2003) - Dóris.
# Cabocla (Globo, 2004) - Belinha.
# Páginas da Vida (Globo, 2006) - Alice.
# Beleza Pura (Globo, 2008) - Joana.

 

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