Reuters |
Bono discursa durante o evento |
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O roqueiro e ativista político irlandês Bono convocou os governos ocidentais, na segunda-feira, a combater a miséria, a Aids e a dívida externa da África, dizendo que isso custará menos do que combater o terrorismo.
Em discurso proferido diante dos recém-formados da Universidade da Pensilvânia, o vocalista do U2 disse que os países desenvolvidos possuem os meios financeiros e tecnológicos necessários para aliviar as condições que, diariamente, provocam a morte de 7 mil pessoas na África por doenças que poderiam ser prevenidas.
"Custaria menos do que combater onda após onda de novos recrutas do terrorismo", disse Bono.
O apoio dado pelo cantor à África e outras causas relacionadas ao mundo em desenvolvimento começou com o concerto de rock Live Aid, em 1985, e chegou até o concerto realizado na África do Sul em 2003 para marcar o Dia Mundial de Combate à Aids.
Bono já fez lobby junto ao Congresso norte-americano e lançou apelos a líderes mundiais para que dêem seu apoio a esforços humanitários.
Depois de receber da universidade um doutorado honorário em Direito por seu trabalho com questões africanas, Bono convocou os formandos a usar sua formação de primeiro nível para ajudar.
"Seus bolsos estão cheios, e agora vocês precisam decidir com o quê vão gastar esse dinheiro", disse ele. "Se vocês quiserem viver à altura de seus ideais e de sua educação, isso lhes vai custar."
No 50º aniversário da decisão de um processo judicial nos EUA que pôs fim oficial à segregação racial nas escolas, Bono declarou que o fracasso das nações ricas em ajudar a resolver os problemas da África guarda paralelos históricos com a escravidão e a segregação racial.
Segundo ele, essas convenções eram normas aceitas até serem derrubadas pelas pessoas que tiveram a coragem de desafiá-las.
"Se você quiser salvar uma era, traia-a", falou Bono, citando o poeta irlandês Brendan Keneally. "Exponha seus conceitos, suas manias e suas falsas certezas morais."
"Pela primeira vez na história, temos o dinheiro e o know-how tecnológico" necessários para resolver os problemas da África, disse Bono. "Mas será que temos a vontade?"
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