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Sábado, 26 de julho de 2008, 09h03  Atualizada às 08h43
"Encaro o papel que me derem", diz Carol Castro
 
Márcio Maio
 
Carta Z Notícias/Divulgação
Carol Castro interpreta Sheila na novela  Beleza Pura
Carol Castro interpreta Sheila na novela Beleza Pura
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É só começar a falar sobre Sheila, sua personagem em Beleza Pura, que Carol Castro abre um sorriso. A atriz, em sua primeira personagem cômica nos folhetins, embarcou totalmente na idéia da autora Andréa Maltarolli. Ou melhor, nas idéias, já que sua atuação precisou de algumas modificações no texto.

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Programada inicialmente para ser uma "burra", cheia de erros de concordância, a professora de dança se transformou em uma suburbana exagerada para não disputar espaço com a manicure e esteticista Rakelli (Ísis Valverde).

"Algumas mudanças partiram de sugestões minhas, como o vocabulário. Outras vieram de percepções da própria autora", explica Carol.

Em sua quinta novela, ela afirma que não tem do que reclamar nesses cinco anos de carreira televisiva. Mas ao contrário da maioria dos atores que torcem para representar vilões, Carol sonha em ser mocinha. Certamente porque quase todos os seus papéis se aproximavam da maldade.

"Tenho vontade de fazer uma heroína", afirma, completando que se sente preparada para isso. "Encaro o papel que me derem", avisa.

Confira entrevista com Carol Castro:

A Sheila de Beleza Pura é a sua primeira personagem cômica na TV. Como você lida com esse estilo de interpretação?
Assim que soube que a personagem cairia um pouco para esse lado fiquei empolgada. Sempre tive uma veia cômica, acho que aprendi em casa. Meu pai, Luca de Castro, é ator, professor, diretor, está na estrada há um tempão e, no melhor sentido da palavra, é um verdadeiro palhaço. Não é difícil fazer humor na TV, mas é claro que não é para qualquer um. Tem de saber dosar para não ficar repetitivo ou enjoativo. Tanto que várias características dela que estavam na sinopse hoje em dia não são mais trabalhadas no ar.

O que motivou essas mudanças?
Todo mundo fala que novela é uma caixinha de surpresas, igual ao futebol. E é mesmo. Sugeri algumas coisas para a Andréa Maltarolli e outras mudanças vieram a partir de percepções dela mesma. Logo no início, me pediram para eu deixar de fazer a Sheila como se ela fosse burra. Uma excelente sacada, até porque a Rakelli tinha essa característica e ela pegou bastante. Mas com isso, depois do bonde ter partido, tive de trabalhar um outro tipo de interpretação. Busquei inspirações diferentes para fazer uma outra Sheila.

Onde você encontrou essas inspirações?
Por mais incrível que pareça, aqui mesmo no Projac encontrei um monte de meninas com características que eu estava procurando para a Sheila. Decidi fazer a personagem com um estilo mais suburbano, totalmente exagerado. A palavra da Sheila é "muito". Ela gesticula muito, os movimentos dela são muito abertos, enfim, tudo nela é um tom acima. E resolvi também inserir uns cacos na fala dela. Comecei a usar gírias que, agora, já vêm escritas no texto. Como o "nem", que pegou mesmo. A primeira vez que ouvi essa expressão foi com uma camareira aqui da Globo.

Quase todas as suas personagens tinham características de vilãs. É mais difícil fazer uma malvada cômica?
Não sei responder, porque hoje eu já tenho uma experiência em fazer personagens más. É claro que isso ajuda na hora de dosar essa maldade. O que acho que diferencia mais a Sheila das outras vilãs que fiz é o fato dela ter um coração bom. É totalmente diferente da Ruth, que eu interpretei em O Profeta. Ela era uma peste mesmo, era capaz de tudo para conseguir o que queria e foi um trabalho divisor de águas na minha carreira. Mas agora é diferente, minha personagem não quer matar nem machucar ninguém.

Você contracena quase sempre com o Bruno Mazzeo, que já tem uma carreira conhecida com humor na TV. Isso amedrontou você?
Não. Mas bateu um frio na barriga no início, porque é importante rolar uma química com quem vai fazer seu par em uma novela. E deu muito certo entre nós. O jeito da gente fazer humor encaixou muito bem. É engraçado porque eu até conhecia o Bruno da época em que estava gravando O Profeta. Ele é marido da Renata Castro Barbosa, que fazia a novela, então acabávamos nos cruzando em festas e reuniões do elenco. Mas só ficamos amigos para valer depois que começamos a gravar. O Bruno me ajudou muito e acho que o sucesso da Sheila está diretamente relacionado ao trabalho dele também.

Nesses cinco anos na TV, você já está na quinta novela, mas nunca fez uma mocinha. Isso incomoda?
Não tenho nada para reclamar da minha carreira até agora. Fui escalada para papéis muito bons e tenho aproveitado cada porta que se abre na emissora. Bate uma curiosidade para saber como é interpretar uma heroína romântica. Mas acho que cada coisa vem no seu devido tempo. Estou com 24 anos e sei que, mais cedo ou mais tarde, um papel assim vai surgir. E não tenho o menor medo, me sinto segura para encarar qualquer personagem que me oferecerem.

Você já declarou que a Mercedita de Bang Bang significou muito para sua carreira, mas a novela foi um fracasso. Por que pensa assim?
Acho que foi uma novela mal compreendida. A fotografia era linda, o elenco foi escolhido a dedo, mas alguma coisa aconteceu e, como dizem, o bolo desandou. Mas eu estava num momento muito bom. Tinha acabado de ler vários livros, já tinha feito Mulheres Apaixonadas e Senhora do Destino e alguns cursos pouco antes de entrar no ar. Eu me sentia preparada para atuar na TV. Passei por um processo de reciclagem muito forte antes daquele trabalho e acho que isso contou para minha satisfação durante o projeto. Tanto que aquele suposto fracasso nunca me abalou. E digo suposto porque acho que foi muito mais a fama de fracassada do que qualquer outra coisa. O público que falava conosco nas ruas elogiava a história.

E agora? Qual é a reação dos telespectadores?
Tenho saído pouco, mas sempre que estou na rua as pessoas brincam comigo. Todo mundo fala que é uma surpresa me ver fazendo comédia. Acho que o fato da trama ser mais leve e da minha personagem ser engraçada deixa as pessoas mais à vontade para comentarem algumas coisas. O mais bacana é ver que perceberam que estou fazendo algo completamente novo no meu currículo. Isso mostra que eles me acompanham em Beleza Pura, mas que também me observavam nas outras novelas.

Foco certo
Se não fosse muito decidida a respeito de sua profissão, Carol Castro poderia não ter feito a sedutora Gracinha de Mulheres Apaixonadas, em 2003, na Globo. É que a atriz foi descoberta pelo produtor de elenco Luiz Antônio Rocha, hoje da Record, quando encenava o espetáculo Terror em Copacabana.

Mas, pela lei, não poderia estar no palco ao lado dos colegas de elenco por ser menor de idade. Mesmo depois de ver sua companhia multada pelo juiz Siro Darlan, Carol conseguiu voltar tempos depois. "Quando recebi o convite, não imaginei que o papel fosse crescer tanto", recorda.

Com a crítica positiva sobre sua atuação, não demorou para a jovem ser escalada em um novo trabalho. Em Senhora do Destino, interpretou a misteriosa Angélica, que ora parecia vilã, ora se mostrava frágil e vítima de suas próprias mentiras.

Na época, com a convivência intensa com Susana Vieira, Carol garante que aprendeu técnicas para usar a iluminação e as marcações do cenário ao seu favor. "Ela me mostrou como se comportar em cena", elogia.

Depois de duas aparições no horário nobre, Carol marcou presença em Bang Bang, trama fracassada das sete. Vivia a antagonista Mercedita. "Os resultados nunca me atingiram. Foi um dos meus melhores trabalhos", garante ela, que no ano passado interpretou a vilã Ruth em O Profeta.

Além do trabalho em Beleza Pura, Carol também se dedica aos palcos ao lado de seu colega de elenco Marcelo Faria. Os dois estão no espetáculo Dona Flor e seus Dois Maridos, com texto de Jorge Amado. Por isso mesmo a atriz conta que não tem férias há muito tempo.

"Emendei O Profeta com o Circo dos Famosos ao mesmo tempo em que ensaiava a peça. Quebrei o pé e continuei ensaiando e agora levo o espetáculo e a novela juntos. Ufa!", brinca ela, que só deve parar no Natal, quando a peça entra em recesso.

Cara nova
Há cerca de um mês o visual de Sheila mudou em Beleza Pura. O aplique nos cabelos foi sugestão da própria atriz, mas não foi à toa. É que, depois de ser sondada muito tempo pela Playboy, a atriz finalmente assinou contrato e vai sair nua na edição de aniversário, em agosto.

E, para o ensaio, Carol alongou as madeixas. "Achei que ficou muito bom porque a Sheila ficou rica na novela de uma hora para outra. E como tudo dela é exagerado, isso poderia aparecer nos cabelos também", justifica.

Trajetória televisiva
Mulheres Apaixonadas (Globo, 2003) - Gracinha
Senhora do Destino (Globo, 2004) - Angélica
Bang Bang (Globo, 2005) - Mercedita Bolivar
O Profeta (Globo, 2006) - Ruth
Beleza Pura (Globo, 2008) - Sheila.
 

TV Press
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