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Duas Caras
Sábado, 31 de maio de 2008, 10h28  Atualizada às 10h28
'Duas Caras' perdeu audiência para o computador, diz Wolf Maya
 
Regina Rito
 
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Antes de editar o último capítulo de Duas Caras - no ar hoje, com 60 minutos de duração -, o diretor Wolf Maya (ao lado, com o autor, Aguinaldo Silva) falou sobre a novela. Feliz com o sucesso da produção, que na quinta-feira atingiu 51 pontos de média e 56 de pico, Wolf dedica a vitória à equipe, ao elenco e à integração com o autor. Ele disse ainda que a novela perdeu audiência para o computador.

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Quais os prós e os contras de Duas Caras?
A grande inovação foi retratar um universo nunca mostrado nas novelas. A miscigenação das classes sociais e raciais, sem estereótipos; a sociedade alternativa, as relações com o poder; a milícia na favela da Portelinha. Além da forma de crônica que reinventou ganchos dramatúrgicos, de contar as situações. Só com o tempo as pessoas vão perceber o quanto Duas Caras inovou a dramaturgia brasileira.

O que funcionou e o que não funcionou?
Tudo deu certo. Houve harmonia entre elenco, direção e autor. Andando numa linha, no fio da navalha, com cuidado para não se machucar, cair, se ferir. O que atrapalhou desde o início foi que tivemos o olhar regulador do Ministério Público, com novo sistema de classificação etária. A pole dance foi nossa primeira vítima e tivemos que sacrificar Alzira, uma personagem contemporânea, mulher independente, com uma carreira bem-sucedida, que muitos homens ainda não estão preparados para aceitar.

Você acha que a novela sofreu com a "censura"?
Acredito que o Ministério deve avaliar sua forma de atuar, porque senão vai se expor como órgão repressor. Concorda que a novela não teve um protagonista?
Em termos. O que acontece é que normalmente os personagens das novelas vêm na frente da história. Duas Caras foi ao contrário, a história veio na frente. Talvez esteja aí a força dramatúrgica.

Alguns personagens perderam o pique, tipo Evilásio e Júlia. Depois que ela foi morar na favela, a personagem ficou meio apagadinha. Já estava previsto?
O ápice dos personagens foi a paixão e a repressão étnica. Já a disputa entre Evilásio e o padrinho, Juvenal, não deu tão certo. Tenho certeza de que nas novelas as coisas humanas atingem mais as pessoas do que as políticas e sociais. No comparativo, Evilásio teve um início mais pungente.

Como você lidou com Dalton Vigh e Marjorie Estiano, que pela primeira vez encararam protagonistas em uma novela das 21h?
Dedico aos atores a vitória da novela, que na quinta-feira teve recorde de audiência. Tivemos elenco de veteranos maravilhoso e jovens em começo de carreira que sobressaíram. Foi realização conjunta e todos brilharam. Tendo bons atores a gente consegue contar a história. Estou muito orgulhoso.

Você acha que as novelas perderam audiência para outras mídias?
Sem dúvida. Era para a novela ter dado 10 pontos a mais. Hoje as pessoas ficam mais tempo no computador. Faz parte do nosso tempo. Nos próximos anos, quero ver como a TV aberta se comporta e no próximo projeto ver como posso absorver isso para trazer de volta o espectador espontâneo, que não paga pela programação.
 

O Dia

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