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Duas Caras
Domingo, 25 de maio de 2008, 16h51  Atualizada às 16h48
'Duas Caras' chega ao final com trama sagaz e pouco previsível
 
Mariana Trigo
 
TV Globo/Divulgação
Maria Paula e Ferraço convenceram como casal em  Duas Caras
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Desde Senhora do Destino, Aguinaldo Silva tem mostrado uma outra face como autor.

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Após o realismo fantástico, explorado durante anos em suas tramas - herança de sua parceria com Dias Gomes -, o autor se familiarizou com histórias mais realistas. E deu certo.

Enquanto Senhora do Destino teve uma das maiores médias do horário nos últimos dez anos, Duas Caras chega ao final esta semana com uma história mirabolante, mas convincente.

Diante do mosaico de preconceitos explorado em diversos casais inter-raciais e relacionamentos com vastas diferenças etárias, o que mais surpreendeu foi o principal casal romântico da novela: a história de Maria Paula e Ferraço/Juvenaldo, de Marjorie Estiano e Dalton Vigh.

A ousadia de mostrar a transformação de um vilão do início da história a um arrependido foi pouco convincente no início, mas emplacou. Dalton, que começou as gravações "pisando em ovos", com uma inexpressiva atuação, conseguiu amadurecer o personagem em nuances absolutamente sutis.

Já Marjorie foi mais apática como a mocinha revoltada roubada pelo marido. Sem derramar rios de lágrimas, como a maioria das protagonistas sofredoras, a atriz optou por uma condução mais fria na interpretação da personagem.

Marjorie preferiu elaborar situações mais contidas para o papel. Tanto que, até sua volta para o vilão Ferraço parece ter sido friamente planejada.

Diante de mocinhos imprevisíveis, Aguinaldo explorou a passionalidade da história em casais inter-raciais. Tratou com delicadeza o início da relação de Evilásio e Júlia, de Lázaro Ramos e Débora Falabella. E com humor o quadrilátero amoroso de Bernardinho, Dália, Heraldo e Carlão, de Tiago Mendonça, Leona Cavalli, Alexandre Slavieiro e Lugui Palhares, além da dupla paternidade de Bernardinho e de Heraldo.

Mas foram alguns dos atores mais experientes que decepcionaram na trama. Renata Sorrah, como a insana Célia Mara foi uma releitura menos psicótica da divertida vilã Nazaré, que a atriz interpretou em Senhora do Destino.

O mesmo aconteceu com Susana Vieira e sua destemida Branca. Bastava ignorar a cabeleira platinada exibida pela personagem para reconhecer gestos de Branca muito parecidos com o da ex-retirante Maria do Carmo, na mesma trama anterior de Aguinaldo. Já José Wilker deixou a desejar com uma opaca atuação como Macieira. Ficou muito aquém do divertido bicheiro Giovanni Improtta, de Senhora do Destino.

O carismático Juvenal Antena, de Antônio Fagundes, foi a exceção entre as atuações mais maduras. Sucesso dividido com a hilariante socialite Gioconda, humanizada pelo trabalho cuidadoso de Marília Pêra.

Em meio aos veteranos, a jovem Alinne Moraes comeu pelas beiradas na trama das oito. Começou como uma dondoca deslumbrada até que o público passou a cobrar uma vilã de Aguinaldo Silva.

Foi quando ele apostou em Alinne para a psicótica virada da personagem e deu destaque para a atriz. Do realismo fantástico, Aguinaldo herdou uma ousada imaginação e a diluiu em tramas mais naturalistas. Em Duas Caras, as facetas dos personagens se encaixaram em fragmentos verossímeis de um caleidoscópio.
 

TV Press
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