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A idéia é que Bernardinho (Thiago Mendonça) e Carlão (Lugui Palhares) façam uma cerimônia de união civil, com a presença de vários personagens da novela, e selem o enlace com um beijo.

A informação que corre nos bastidores da Globo, porém, é que a cena não será liberada pelo controle de qualidade da emissora, a exemplo do que aconteceu com os personagens de Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro em América. Na época, a cena foi cortada e o beijo, insinuado.

A emissora ainda não divulgou seu posicionamento oficial, porque a cena ainda não teria sido enviada pelo autor. "A TV Globo não fala sobre hipóteses. Até agora o autor não discutiu com a emissora essa possibilidade. A Globo vai avaliar a pertinência ou não depois de receber o capítulo", diz o diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger.

Enquanto os capítulos não chegam às mãos dos atores, Lugui Palhares torce pelo beijo. "Isso já aconteceu outras vezes, como no programa Beija Sapo, da Daniella Cicarelli (de formação de casais, na MTV). Mas sei que a novela é num canal privado e existe a 'censura'. Não dá para agradar a todos", opina o Carlão da novela.

Já Thiago Mendonça garante que, mesmo que a cena não vá ao ar, não vai se incomodar. "Meu nome já está muito bem escrito no livro dessa novela, um livro dourado, independentemente de o beijo acontecer", diz. Em seu blog, Aguinaldo Silva defendeu seu ponto de vista. "Qual é o problema de Bernardinho e Carlão se beijarem, se eles já até dançaram um tango?".

Nos anos 50, nem beijo hetero podia
Diretor sócio- cultural do Grupo Arco-Íris, Júlio Moreira, vê a atitude do veto como um grande retrocesso, por se tratar de uma novela de Aguinaldo Silva. "O beijo coroaria a novela, que abordou não só a questão gay, como casais inter-raciais e comunidades carentes. Seria importante demonstrar a questão do afeto", opina Júlio.

"O casal gay na novela precisa deixar de ser decoração na televisão para assumir o papel de protagonista", completa ele. Para a presidente do GDN (Grupo Diversidade Niterói), Graziela Cupello, quanto antes sair o beijo gay na TV, mais rápido o público vai se "acostumar".

"Nos anos 50, o primeiro beijo heterossexual chocou. Como foi acontecendo com mais freqüência, parou de impressionar. O mesmo pode acontecer com o beijo gay", diz.