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Segunda, 29 de março de 2004, 07h19 
Entrevista: "Respeito minha platéia", diz Groisman
 
Kleber Soares Filho
 
Reinaldo Marques/Terra
O apresentador já passou pela Gazeta, TV Cultura e SBT antes de chegar na Globo
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Aos 53 anos, Serginho Groisman é sinônimo de experiência e credibilidade na televisão brasileira. Considerado um dos maiores representantes da linguagem jovem na TV, o apresentador revela que quer continuar dando voz aos telespectadores. "As pessoas anônimas têm o que falar. Eu tenho um respeito absurdo pela platéia, acho que as pessoas se deslocam de longe para virem ao programa, e eu tenho que ter primeiro é o respeito com elas", diz.

Confira a seguir a íntegra da entrevista que o apresentador concedeu com exclusividade ao Terra.

Como é um dia de gravação do Altas Horas?
Além de apresentar, eu também dirijo o programa, então, a semana inteira eu estou aqui na Globo. Na quinta-feira, que é o dia de gravação, eu chego por volta das 13h, e vejo a passagem de som das bandas, me preocupo com as escolas que vêm, dou uma lida no perfil dos entrevistados... Aí eu vou para o camarim, troco de roupa e faço a maquiagem. Por volta das 15h, 15h30, nós fazemos uma reunião geral com toda a produção para passar o roteiro, ver a ordem do programa. Uns 20 minutos antes de começar o programa, eu entro no estúdio e vou descontraindo a platéia, explico as atrações que nós teremos, eles falam no microfone para ficarem mais ambientados e aí nós começamos a gravar. O programa tem 2h no ar, e nós gravamos entre 2h, 2h30. Quando acaba o programa, eu faço uma reunião com o Maurício Arruda para discutirmos o que valeu a pena. Aí, o programa entra na fase da edição, da qual eu participo no começo. Na sexta-feira, ele é finalizado e no sábado vai para o ar.

Quais são os novos projetos para o programa?
Nessas últimas férias, eu descansei e trabalhei, foram aquelas férias em que você trabalha, mas também curte trabalhar. Foi aí que eu comecei com esse quadro novo que são as minhas viagens mesmo, uma coisa de mostrar os lugares. Então, eu fui para Nova York, entrevistei a Norah Jones; também fiz uma matéria no World Trade Center e uma no Central Park. Depois eu fui para Salvador, onde mostrei a cidade durante o dia e, à noite, fiz o Festival de Verão, com matérias com o Paralamas do Sucesso, Cidade Negra, Gilberto Gil etc. Eu fui também para o Rio de Janeiro, onde fiz uma viagem de helicóptero para mostrar a cidade, assisti a uma peça do Luiz Fernando Guimarães, fui a um show do Lulu Santos na Zona Norte e fiz uma matéria no Maracanã vazio. Fiz uma matéria também em duas cidades do interior de São Paulo chamadas Nova Europa e Curupá, para mostrar dois lugares diferentes, tranqüilos, o oposto dessa efervescência da capital. Então a idéia desse novo quadro é mostras as viagens mesmo. O legal é que dentro do Altas Horas eu posso colocar meus projetos pessoais novos. Coisas que eu gostaria de fazer talvez em outro programa, eu faço dentro do Altas Horas.

Fazendo um balanço dos programas que você já comandou, qual a diferença entre o Matéria Prima, o Programa Livre e o Altas Horas? O que você aprendeu com eles ao longo da sua carreira?
Bom, na verdade, antes de eu comandar o Matéria Prima na Cultura, apresentei um programa na Gazeta, aqui em São Paulo, chamado TV Mix, onde eu fiquei por 2 anos. Daí eu fui para a Cultura, onde eu bolei esse formato em que a platéia participa. Bom, fazendo um retrospecto, eu acho que a Cultura era um lugar no qual o contato era mais pessoal, por ter menos gente na platéia. A coisa foi crescendo, mas, de qualquer maneira, o que é mais importante, eu acho, de ter trazido da Cultura até aqui é poder dar voz para o telespectador. Ele que faz também o programa, tanto é que a iluminação é igual para todo mundo, o entrevistado não tem uma iluminação diferente, só o entrevistado da platéia tem uma iluminação especial, justamente para mostrar que as pessoas anônimas têm o que falar. De resto, acho que foi aprimorando um pouco o meu modo de trabalhar, o modo de sacar uma platéia de 300 pessoas, como organizar isso, fazer com que o programa tenha um ritmo. Eu tenho um respeito absurdo pela platéia, acho que as pessoas se deslocam de longe para virem ao programa, e eu tenho que ter primeiro é o respeito com eles, fazer com que o programa vá bem e principalmente dar voz a essas pessoas, eu acho que isso é o mais importante.

Quais são os prós e os contras do Altas Horas ser exibido durante a madrugada?
Esse horário da madrugada foi uma proposta minha, mas às vezes, por causa da programação da emissora, o programa acaba começando muito tarde, e aí também já é um pouco exagerado... O que é bom é que na madrugada você tem a possibilidade de ousar mais, de trazer músicos que não são tão conhecidos, não precisa ter preocupação com a audiência porque é uma audiência tranqüila, sólida. Então, você tem a possibilidade de experimentar coisas novas, como o quadro das minhas viagens, por exemplo. O que eu quero fazer em televisão, eu faço no Altas Horas, então, essa é a grande vantagem do horário. A desvantagem é que, às vezes, o programa começa muito tarde e não tem tanta gente assistindo.

O fato de você ser muito querido pelos artistas atrapalha na hora das entrevistas?
Na verdade, eu acho que o fato de eu ser querido é mais pela estrutura do programa, de tratar bem as pessoas, de respeitar, de fazer música ao vivo. Agora, isso não significa que eu não pergunte o que eu ache importante perguntar. Evidentemente que, de uma maneira geral, a platéia também faz esse papel de questionar as pessoas e eu começo a introduzir o assunto. De qualquer maneira, eu não acho que isso me atrapalhe, eu acho que o carinho que eu recebo dos artistas e dos músicos só traz benefícios.

Ao longo da sua carreira como jornalista e apresentador, você foi se tornando muito conhecido pelo público brasileiro, mas, ao contrário de outros artistas, você parece querer se manter afastado do mundo "celebridade". É isso mesmo?
É isso mesmo que você disse, o meu trabalho é público, a minha vida não. Eu raramente aceito esses convites para aparecer. Agora, quando eu vou na estréia de um show ou na pré-estréia de um filme, e tem fotógrafos, eu também não sou um cara que fico afrontando. Na verdade, se eu estou indo lá eu estou sabendo o que me espera. Se eu estou indo numa estréia, eu sei que vai ter fotógrafo. Se eu não quiser ir à estréia, vou no outro dia, daí não vai ter fotógrafo, não vai ter nada. Agora, de resto, minha casa eu não quero que fotografem, não abro minha casa assim... Meus relacionamentos se tiverem que aparecer, aparecem, mas também não é uma coisa que eu também vou procurar, é tudo meio que nas circunstâncias. Eu gosto dessa privacidade, eu acho que ela me dá um pouco a possibilidade de pegar uma fila de cinema, de ir num shopping, de pegar um avião sozinho. Todo mundo sabe, de um modo geral, que eu não sou uma pessoa que está exposta, porque, normalmente essas pessoas que trabalham desse jeito andam com empresário, segurança, já chamam a atenção por isso. Eu gosto de, na medida do possível, ter a minha vida como cidadão da cidade também.

No próximo dia 03 de abril, você vai apresentar o Altas Horas direto da casa do Big Brother Brasil 4. Qual é a sua opinião sobre esse tipo de programa?
Eu acho que o Big Brother é um programa de entretenimento, mas é engraçado porque às vezes as pessoas têm críticas que são até pertinentes, mas todo mundo tem muita curiosidade de ver, é uma coisa antagônica, conflitante. Na verdade é uma grande exposição de comportamento, mas ao mesmo tempo é um jogo, e, ao mesmo tempo, as pessoas se dividem. A idéia de fazer um Altas Horas ao vivo lá de dentro é também para matar uma curiosidade do próprio espectador com relação às três personagens que vão sobrar na casa. E também é um pouco por diversão, né, para eu me divertir um pouquinho.

Qual será o formato do programa dentro da casa?
Bom, a platéia será composta por apenas três pessoas. A gente vai ter as atrações musicais, mas tem uma interação também. Essa é a segunda vez que nós vamos apresentar o programa de dentro da casa. Da primeira vez (no BBB2) eu levei o Skank, o RPM, enfim, vários artistas, e eles passearam pela casa, todo mundo teve muita curiosidade. Então, ao mesmo tempo em que os músicos são atração, eles também são curiosos, todo mundo quer conhecer a casa, dar uma olhada.

Quando termina o seu contrato com a Rede Globo? Você pretende continuar na emissora?
Meu contrato com a Globo vai até o fim desse ano, com renovação optativa, que a gente conversa e vê se renova, então provavelmente é esse ano e o ano que vem, se não surgir nenhuma renovação definitiva antes. Eu gosto muito de trabalhar na Globo, tenho liberdade, condições de trabalho, posso fazer minhas viagens, tenho uma estrutura técnica e um pessoal muito bom, as pessoas que trabalham aqui são muito competentes. Eu estou muito contente, e espero que as coisas continuem dessa maneira.
 

Redação Terra
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