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Sábado, 1 de março de 2008, 13h12 
Carolina Ferraz aproveita a maturidade para convencer como vilã
 
Márcio Maio
 
Luiza Dantas / Carta Z Notícias/TV Press
Carolina Ferraz é a vilã Norma de Beleza Pura
Carolina Ferraz é a vilã Norma de Beleza Pura
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A imagem de mulher elegante e requintada de Carolina Ferraz costuma limitá-la na hora de ser escalada para alguns personagens. Mas a intérprete da calculista Norma de Beleza Pura aproveita para, dentro desse perfil, experimentar outras linhas de interpretação.

» Veja as fotos da carreira de Carolina Ferraz
» Leia os capítulos de 'Beleza Pura'

"Fazer uma pessoa tão má assim é uma novidade na minha carreira. Isso já me motiva", afirma, com ar de conformismo. Na verdade, Carolina já encarnou uma vilã em 1995, em História de Amor, mas, segundo a atriz, a experiência não conta tanto nesse sentido. "Eu fazia a Paula, mas ela não era capaz de um décimo das coisas que a Norma vai fazer", adianta.

Para a atriz, algo pode favorecer sua carreira daqui para frente: a idade. Aos 40 anos, Carolina acredita que sua experiência e as transformações físicas que a maturidade traz podem torná-la apta a papéis que até então não eram possíveis.

"A idade sempre abre portas. É por isso que a gente tem de envelhecer com dignidade. Se você sabe aproveitar esse peso a seu favor, pode ser muito proveitoso", filosofa.

Você interpreta sua primeira grande vilã em Beleza Pura. Como foi o seu trabalho de composição para a Norma?
Já fiz personagens más, mas nunca tinha encarnado uma vilã mesmo. Isso já ajuda na hora de desenhar as características dela, porque é algo novo e não preciso me preocupar em deixá-la diferente de papéis anteriores. Mas a minha primeira reação foi pegar todos os filmes possíveis e imagináveis com personagens muito más e tentar encontrar em alguma delas inspiração para a Norma.

Via desde infantis, como Branca de Neve e os Sete Anões a filmes com a Bette Davis. Mas depois percebi que estava no caminho errado e resolvi usar apenas o texto como base. Estou deixando ela brotar conforme recebo as informações das cenas.

Por que você desistiu de buscar inspiração em grandes vilãs do cinema?
Primeiro porque de cara não conseguia enxergar a Norma em nenhuma delas. Em segundo lugar, porque não estava encontrando referências. É lógico que existem vilãs incríveis, mas aquilo estava me atrapalhando mais do que ajudando.

A Norma movimenta uma série de coisas na história e é uma mulher que sabe administrar as conseqüências de seus atos. Ela tem essa frieza. E são esses atos que geram diversos conflitos da trama. Mas como o que faz ela ter essa maldade é o amor não correspondido, acho que posso encontrar a emoção certa com a minha técnica e o texto da Andréa Maltarolli.

Na história, Norma é uma engenheira aeronáutica. Você chegou a fazer algum tipo de laboratório específico por conta disso?
Isso é engraçado porque, por mais incrível que pareça, eu já sabia bastante sobre o cotidiano de um engenheiro aeronáutico. Sou afilhada de um e sempre convivi nesse meio. Quando eu era pequena, minha família costumava viajar para São José dos Campos, interior de São Paulo, onde fica a sede da Embraer ¿ Empresa Brasileira de Aeronáutica.

Meu padrinho me levava para voar e eu acompanhava os testes de aviões. Sempre fui uma criança muito aventureira. Também participei de um laboratório preparado pela própria emissora, com palestras sobre o assunto, mas nada demais.

Não vai demorar muito para ela se distanciar desse mundo e entrar na área da estética. Esse é o assunto que ficará mais evidente na história a partir de um determinado ponto.

Ao longo dos seus 18 anos de carreira, a maior parte de suas personagens foram mulheres elegantes. Você fica incomodada com isso?
Acho que em cada uma delas havia características diferentes. Isso já é um estímulo. Mas entendo o que você diz. Eu sinto que envelhecer está me fazendo bem.

A experiência e o peso da idade sempre abrem algumas portas. Acabei de fazer 40 anos e espero que meu futuro seja diferente. A Norma tem esse porte elegante também, mas é minha primeira vilã, o que já é um avanço. Isso me dá uma certa segurança sobre o futuro.

Por que você acha que envelhecer favoreceu sua carreira?
Percebi que conforme ia amadurecendo, recebia respostas diferentes. Desde notoriedade e fama, que são as primeiras coisas que aparecem, até o prestígio, que não vem para todo mundo. Uma atriz trabalha para isso.

Pode parecer que não, mas a nossa vida é muito sofrida. Hoje tudo está bem, mas não dá para prever o que vai acontecer amanhã. Tem muita atriz excelente e da minha faixa etária que não está trabalhando e isso é péssimo.

Me sinto honrada por me sustentar da minha profissão e, é claro, valorizo quando alguém aposta em mim com uma oportunidade que eu não esperava.

Como na época em que o Carlos Lombardi escolheu você para interpretar a Rubi, em Kubanacan?
Sim. Várias pessoas devem ter chamado ele de louco na época porque era completamente inusitado ver uma mulher como eu, que sempre aparecia com personagens chiques, na pele de uma mulher que se disfarçava de homem e tinha aquele comportamento de soldado.

Ela não tinha a menor vaidade. Acho que por isso mesmo, independentemente de horário, audiência ou qualquer outra coisa, Kubanacan foi um grande divisor de águas na minha carreira. O Lombardi me colocou na comédia para valer. Apesar de tudo, foi um grande prazer.

Por que "apesar de tudo"?
Nada demais, é que todo mundo sabe que era uma novela que não tinha frente. Por conta disso, trabalhávamos muito e sempre em cima da hora. Lembro que a gente gravava de segunda a segunda, muitas vezes sem folga. Mas acho que o elenco inteiro se uniu e entendeu que ou a gente se apoiava ou teria problemas por isso.

No final deu tudo certo e me fez trabalhar com a Nair Bello, uma oportunidade que nunca mais eu vou ter. Foi uma das épocas mais divertidas da minha vida.

Boa parte das suas cenas são gravadas com a Maria Clara Gueiros, que é uma atriz comediante. E Beleza Pura é exibida às 19h, um horário mais leve. Você pretende dar um tom cômico à sua personagem?
Você tocou em um ponto que para mim está sendo muito delicado. Eu adoro fazer comédia, aprendi que consigo me sair bem. Por isso mesmo fica muito difícil controlar a vontade de deixar a Norma mais solta.

Fora que eu acho o texto da Suzi, interpretada pela Maria Clara, muito engraçado. As cenas ficam divertidas, mas eu tenho que dar aquela segurada para não cair nesse lado.

Mas a novela acabou de começar, ainda tem muito tempo pela frente e tudo pode acontecer. De repente a Norma acaba tomando rumos em direção a um tom mais cômico, ninguém pode prever o que vai acontecer nos próximos oito meses.

Você ficou dois anos sem fazer novelas. Foi uma pausa premeditada?
Resolvi tirar meu período sabático também. Emendei Belíssima com Começar de Novo, que já tinha emendado com Kubanacan. Conversei com a direção da emissora e eles me deram um descanso. Acho que todo mundo precisa parar um pouco para poder se reciclar.

É bom porque além de voltar com mais ânimo, você descansa a sua imagem. Isso é fundamental para quem trabalha em novelas.

Você aparece atualmente em um comercial ao lado do ator americano Richard Gere. Como o público tem reagido a essa propaganda?
É muito engraçado porque todo mundo pensa que é montagem. Mas eu gravei em Nova York, junto com ele. Foi na semana do Natal.

As pessoas sempre brincam e se lembram do filme Uma Linda Mulher e da Julia Roberts. Mas, sinceramente, não acho que fosse a intenção relacionar tanto assim com o longa. A música foi escolhida mais porque ele fez sucesso na pele do galã que salva a prostituta e o filme e a canção fizeram muito sucesso no Brasil.

Todo mundo fica me perguntando como é ser a "linda mulher" do Richard Gere, mas não passei de uma colega de trabalho dele. Acho que o mais compensador dessa experiência foi ele se mostrar muito mais simples e companheiro do que vários atores que já contracenaram comigo aqui no Brasil.

Outra área
Carolina Ferraz iniciou sua carreira na televisão como apresentadora, na extinta Manchete. Contratada pela emissora em 1987, a então bailarina e modelo apresentou os programas Shock e Programa de Domingo, mas o interesse do núcleo de teledramaturgia sempre foi evidente.

Por várias vezes, Jayme Monjardim tentou fazer a cabeça de Carolina para estrear como atriz, mas só um ultimato a fez aceitar o convite para interpretar Irma em Pantanal. "Ele disse que ou eu fazia ou estava demitida", lembra, às gargalhadas.

Este primeiro papel rendeu outras oportunidades na emissora. Carolina participou do elenco das minisséries Escrava Anastácia, O Fantasma da Ópera e Floradas na Serra, e da novela A História de Ana Raio e Zé Trovão. Com isso, chamou a atenção da concorrente e assinou com a Globo em 1992.

Estreou na emissora dividindo a bancada do Fantástico com Celso Freitas e Doris Giesse. Mas, assim como na Manchete, logo foi escalada para atuar em novelas. Depois de papéis bem-sucedidos em O Mapa da Mina e Pátria Minha, Carolina ganhou seu primeiro papel de destaque na Globo em História de Amor, em 1995.

Na história, interpretava Paula, uma "patricinha" aprendiz de vilã que disputava com a protagonista Helena, de Regina Duarte, o amor do médico Carlos Moretti, de José Mayer.

Dois anos depois, interpretou a sedutora Milena em Por Amor e, com Eduardo Moscóvis, colheu os frutos de sua participação no ano seguinte. Os dois foram os escolhidos em 1998 para protagonizarem o "remake" de Pecado Capital. Mas só em 2003, na pele da masculinizada Rubi, em Kubanacan, a atriz se sentiu realizada como atriz.

"Todos me enxergam como uma mulher requintada e elegante. O Carlos Lombardi se despiu desse preconceito e me deu o melhor papel que já tive na televisão", justifica.

Tom da maldade
Depois que clareou os cabelos para interpretar Norma, Carolina Ferraz não pára de ouvir comentários sobre o sucesso das vilãs com as madeixas claras.

Desde o público nas ruas até colegas de profissão, várias pessoas perguntam se a escolha aconteceu por esse motivo.

"Foi uma decisão espontânea e não teve nada a ver com isso. Acho clichê dizerem que uma vilã tem que ser loura para fazer sucesso", opina.

Para chegar a esse visual, a atriz fez questão de conversar com a figurinista Helena Gastal e as duas decidiram juntas mudar a cor dos cabelos de Carolina.

Trajetória televisiva
Pantanal (Manchete, 1990) - Irma.
Escrava Anastácia (Manchete, 1990) - Sinhá.
A História de Ana Raio e Zé Trovão (Manchete, 1990) - Verônica.
Floradas na Serra (Manchete, 1991) - Lucila.
O Fantasma da Ópera (Manchete, 1991) - Cristina Andreati.
O Mapa da Mina (Globo, 1993) - Bruna.
Pátria Minha (Globo, 1994) - Beatriz.
História de Amor (Globo, 1995) - Paula Sampaio.
Por Amor (Globo, 1997) - Milena Mota.
Pecado Capital (Globo, 1998) - Lucinha.
Estrela-Guia (Globo, 2001) - Vanessa Rios.
O Quinto dos Infernos (Globo, 2002) - Naomi.
Kubanacan (Globo, 2003) - Rubi.
Começar de Novo (Globo, 2004) - Gigi.
Belíssima (Globo, 2005) - Rebeca Cavalcanti.
Beleza Pura (Globo, 2008) - Norma.

 

TV Press
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