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Segunda, 24 de novembro de 2003, 07h26 
"Maria Clara é um pouco Galisteu", diz Malu Mader
 
Luiza Dantas/TV Press
Malu Mader diz que Maria Clara Diniz é a personagem que mais tem a ver com seu universo pessoal nesses 20 anos de carreira
Malu Mader diz que Maria Clara Diniz é a personagem que mais tem a ver com seu universo pessoal nesses 20 anos de carreira
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Malu Mader confessa que Maria Clara Diniz é a personagem que mais tem a ver com seu universo pessoal nesses 20 anos de carreira. Tanto a atriz quanto a produtora musical de Celebridade são centralizadoras, por exemplo. Malu também convive, como a famosa protagonista, com o assédio da imprensa e transita no meio musical há 15 anos, pois é casada com o guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto.

Veja fotos de Malu Mader como Maria Clara Diniz

"Mas não tenho tantas virtudes como a Maria Clara, pois não sou uma heroína de novela", brinca a atriz. Longe da novela das oito desde 1991, quando viveu a controversa professorinha suburbana de O Dono do Mundo, Malu garante que o trabalho em Celebridade toma conta de sua vida. "Falo e penso na Maria Clara 95% do meu dia. Sobra uns 5% de vida real", calcula a carioca.

Aos 37 anos, Malu chama a atenção pela maneira acelerada de falar e o jeito bastante simples. É do tipo que não esconde que se incomoda com a imprensa especializada no "mundo das celebridades" por achar que, muitas vezes, suas declarações são deturpadas.

Mãe de Antônio e João, de seis e oito anos, a atriz assume que deixa os filhos verem Celebridade, incluindo as suas cenas mais "calientes" na pele de Maria Clara. "O erotismo faz parte da vida e não acho que as crianças devam ser poupadas da vida como um todo", explica.

Desde que estreou em Eu Prometo, em 1983, Malu contabiliza dez novelas, três minisséries, um seriado e sete filmes, entre eles O Invasor, Bellini e a Esfinge e Mauá: O Imperador do Brasil. A atriz gosta de ressaltar que não acha que a tevê seja uma arte menor e que considera lamentável ter se afastado tanto do teatro.

"É ridículo que uma atriz da minha idade, com a minha carreira, podendo ter produzido muitas peças, tenha ficado tão preguiçosa", critica-se. No entanto, faz questão de dizer que voltou com muita disposição para encarar a maratona de capítulos em Celebridade. "Vim com tudo", ressalta.

Até que ponto você se considera parecida com a Maria Clara?
É mais em aspectos superficiais, como ser centralizadora e gostar de estar no comando. Além, é claro, deste lado de conviver com a fama. Já as coisas de vida não têm nada a ver. Tenho filho, ela ainda não. Ela é solteira e não é artista, o que acho que faz muita diferença. A Maria Clara ser uma empresária define algumas diferenças básicas entre mim e ela. Também não tenho tantas virtudes, não sou uma heroína de novela. Mas tem particularidades que acho que o Gilberto, por me conhecer, empresta a ela. Talvez isso tenha tornando a Maria Clara a personagem mais próxima ao meu jeito.

Isso dificulta o trabalho?
No começo, fiquei meio assustada. O ator sempre quer se distanciar do personagem porque, a princípio, seria mais fácil estar escondido sob a pele de um outro alguém, que não tem nada a ver com você. Por outro lado, se o papel tem a ver com você, por que não emprestar o que você tem para dar? Mas esta proximidade não tem me dificultado. Pelo contrário, tem facilitado. Às vezes, acho que ela tem muito da minha irmã também.

Para você, a Maria Clara seria quem na vida real?
São muitas pessoas e não exatamente produtoras que passam pela cabeça. Monique Gardenberg, com certeza. Maria Luiza Jucá, Paula Lavigne também. Falaram na Fabiana Kherlakian. Tem um pouco de Adriane Galisteu, pois a Maria Clara também ficou famosa porque o marido morreu no dia do casamento. Isso ajudou a torná-la conhecida. Ela também foi musa do verão. Ou seja, não tinha nada de especial na personalidade da Maria Clara. Não é uma grande atriz, cantora, escritora... Se tornou empresária depois de famosa. Aproveitou. Deve ter pensado: "Não vou ficar só sendo modelo, não é a minha. Adoro música e vou fazer o que gosto". E virou uma profissional bacana. Mas, antes, ela ficou famosa à toa mesmo, porque morreu no casamento o noivo que tinha composto uma música para ela. Ela não deixa de ser uma Helô Pinheiro, uma Cíntia Howllet...

Como é ser alvo desta imprensa que cobre o mundo das 'celebridades', sendo uma atriz que já chegou a processar um veículo?
Tenho ido às vias de fato algumas vezes. Recentemente, mandei uma carta para a Caras e O Dia. O jornal reproduziu uma nota que saiu na Caras. Agora, estão investigando, porque a Caras disse que também copiou a nota de uma outra nota. Isto demonstra a leviandade muitas vezes da imprensa. Não é nem falta de ética. São tantas revistas que o que tem acontecido comigo é: "Você não dá entrevista? Então, já que você não fala com a gente, vamos inventar alguma coisa!". É quase que uma maneira de ameaçar. E as tais "frases da semana", por exemplo, são nitidamente uma vontade de fazer chacota, de demonstrar o ridículo dos artistas, das pessoas que se acham muito célebres. É irresponsável porque tira-se uma frase de contexto para ridicularizar alguém. E, eventualmente, este contexto já está comprometido por uma deturpação de outro jornalista e fica-se reproduzindo.

Por exemplo?
Digamos, "quando eu crescer, quero ser Regina Casé". Esta minha frase estava num contexto de eu ser uma atriz que quer ter uma participação em autoria maior, como é o caso da Regina. Uma pessoa que tem um talento múltiplo. Então, é quando eu crescer como artista mesmo. Foi neste sentido. E tem frases inventadas, como "sou rica e tenho um affair". Acho praticamente impossível que tenha saído esta frase da minha boca. A proporção que isso tomou me deixa chateada.

Este tipo de imprensa multiplicou-se desde que você estreou na tevê?
A imprensa mais superficial de todas é a que se multiplicou. Sou viciada em jornalismo, então posso falar. Leio os jornais diários, as revistas femininas, as semanais que se dizem sérias, mas que também chamam na capa, semana sim, semana não, matérias sobre sexo, obesidade ou saúde, temas que devem vender. Vejo todas estas revistas que critico também. Mas a Maria Clara, que é a heroína e quem deve defender a moral e os bons costumes, sempre ressalta que "nem todos são este bando de urubus, que vive da desgraça alheia". A novela está fazendo a distinção e o Gilberto vem tratando o tema com responsabilidade. Até tenho ficado brava, porque não gosto de "morde e assopra". Mas não se pode botar uma categoria toda num saco. O que falo é de uma imprensa leviana, maldosa.

Como é fazer as cenas mais erotizadas da novela?
Tudo tem de ser apresentado dentro de um contexto. Respeitando e sendo fiel ao princípio da ficção e não de nenhum tipo de apelação. Esse é o meu critério. "Isso é só para atrair a atenção? Então, não vou fazer". Já fiz cenas de nudez na tevê, mas, em geral, tento me preservar, porque acho que não há tanta necessidade assim. Acho que o Nelson Rodrigues estava certo em tudo que tratou deste tema. Ele falava que "a cara é sempre mais obscena que o corpo". Concordo. A personagem da Cláudia Abreu, por exemplo, nas cenas com o Márcio Garcia, aparece vestida e sem fazer sexo. Mas o jeito que ela olha para ele e que o instiga sexualmente, sem precisar falar nenhum palavrão, pode bater mais forte no espectador do que um peitinho que escape ali ou acolá. Na primeira cena, pedi para o Dennis fazer o mais escuro possível. Porque fica suave e achei o resultado perfeito. Lembro que, quando fiz um filme ainda garota, que prefiro nem citar o nome, senti que estavam quase me aliciando para eu ficar nua porque achavam interessante ter uma cena de nudez. Aí, não tem papo.

E qual é o critério que você utiliza para fazer comerciais?
Tento fazer propaganda do que acho bacana ou do que eu usaria.

Aparecer anunciando produtos não esvazia a personagem?
Se entrar no meio da novela pode ser que dê um cortezinho. Por outro lado, a minha persona pública já assumiu um tamanho tão grande que eventualmente isso também interfere e me incomoda. Tudo que quebra a magia não é bem-vindo. Merchandising me incomoda mais. Principalmente quando malfeito. Até agora, não fiz nenhum. "Força de Um Desejo" era de época e não fiz. E nas anteriores tinha tomado a atitude de não fazer. Agora, para não ser radical, falei com o pessoal do merchandising que a gente vai conversar e vou ver o que acho que não é agressivo para a ficção, para não interferir na trama.

As participações de artistas famosos são essenciais para dar veracidade à Maria Clara?
É essencial tanto para a minha personagem quanto para a história. Não daria para acreditar em uma novela que fala do mundo de celebridade e não aparecer nenhuma ou uma produtora musical que não aparece com artistas.

Os Titãs vão fazer uma "ponta" na novela?
Adoraria. O Gilberto já falou que gostaria, mas com a Maria Clara ficaria estranho. Não dá para eu encontrar com o Tony em cena e dizer: "Tudo bom, Tony Bellotto?".

Momentos marcantes
Anos Dourados e Anos Rebeldes são os trabalhos preferidos de Malu Mader. Ao lado de Força de Um Desejo, as duas minisséries de Gilberto Braga foram as únicas produções de época da atriz na tevê. "São as produções que me dão mais orgulho, embora adore fazer novela. Televisão para mim não é um arte menor", ressalta Malu, que está na sua décima novela.

A atriz acredita que as minisséries de Gilberto Braga conseguiram abordar com plenitude tanto a questão da narrativa histórica quanto do romance que envolvia os personagens. Anos Dourados, ambientada entre 1955 e 1960, teve um gosto ainda mais especial, pois a normalista Lurdinha era uma personagem bem distante do jeito da atriz. "Era um universo distinto, uma outra época, outro jeito de ver o mundo...", compara.

Já a sua estréia em Eu Prometo, em 1983, foi tensa. Malu lembra que a novela carregava o estigma de "ser a última da Janete Clair". Quando recebeu o convite, Malu ficou radiante pois era fã da autora. "Tinha acompanhado várias novelas dela, como Selva de Pedra, O Astro e Pai Herói", enumera.

Outra produção que ficou longe de ser um mar de rosas foi O Dono do Mundo. A heroína vivida por Malu na novela de Gilberto Braga foi rejeitada por ter traído o marido com o próprio chefe dele. A trama sofreu alterações para reconquistar a audiência. "É sempre complicado alterar o proposto. Mas a novela era boa e segurei o tranco. Devo ter sofrido, pois era mais nova", arrisca.

Entre amigos
Malu Mader é da turma de Gilberto Braga. Ela está na quarta novela do autor - "Corpo a Corpo", "O Dono do Mundo", "Força de Um Desejo" e "Celebridade" - e as três minisséries que têm no currículo são assinadas por ele: "Anos Dourados", "Anos Rebeldes" e "Labirinto". A atriz acredita que é natural buscar na vida as pessoas com quem sente mais afinidade, como é seu caso com Gilberto.

Malu garante que, muito antes de chegar a trabalhar com ele, já tinha uma admiração profunda pelas novelas do autor, como "Dancin' Days", "Água Viva", "Escrava Isaura" e "Dona Xepa". "Quando fui fazer a primeira novela dele, rolava uma identificação absurda. Lia o texto e falava, 'parece que este cara me conhece e está escrevendo para mim'", recorda.

Em "Celebridade", Malu Mader está cercada de conhecidos próximos também. A atriz é amiga há tempos de várias pessoas do elenco como Júlia Lemmertz, Cláudia Abreu, Ana Beatriz Nogueira, Otávio Müller, Taumaturgo Ferreira e Fábio Assunção. Malu é também muito amiga de Isabela Garcia, que faz a sua melhor amiga na trama de "Celebridade".

A atriz conta que, nos dias em que estão programadas muitas cenas de Maria Clara com a muambeira Eliete, ela chama a amiga para irem juntas ao Projac e aproveitam para passar o texto durante o trajeto. "Um dos grandes prazeres desta novela são estas cenas com a Isabela", afirma.

Malu revela que Gilberto Braga chega a enviar bilhetes nas cenas em que as amigas Maria Clara e Eliete trocam confidências, tipo "improvisem qualquer coisa a respeito da roupa que a Maria Clara usa". A atriz e Isabela aproveitam para inserir alguns "cacos" no texto. "Coloco para fora o autor frustrado que existe dentro de mim e escrevo não só as minhas falas como as das Isabela", diverte-se.

Mas Malu tem se surpreendido também com a maneira com que Gilberto tem desenvolvido a trama de "Celebridade". A atriz já escutou de várias pessoas que o ritmo está rápido e que acontecem muitas coisas em um capítulo. "O Gilberto está sem medo de queimar cartucho, mas prefiro assim. Detesto esta coisa meio não acontece nada, vamos ficar olhando a paisagem. Gosto de diálogo e história rolando", palpita.

Trajetória televisiva
Eu Prometo, de 1983 - Dóris, filha do deputado federal Lucas Cantomaia, vivido por Francisco Cuoco. "Reavaliei durante a novela se queria ser atriz mesmo".

Corpo a Corpo, de 1984 - A estudante Bia. "Minha primeira do Gilberto e quando tive certeza de que queria ser atriz".

Tititi, de 1985 - Valquíria, filha do costureiro Jacques Léclair, vivido por Reginaldo Faria, rival de Victor Valentin, de Luís Gustavo. "O Luís Gustavo era meu herói, me inspirou a ser atriz".

Anos Dourados, de 1986 - A normalista Lurdinha. "Foi a descoberta que amava a profissão".

O Outro, de 1987 - Glorinha da Abolição, uma hippie que vendia artesanato em Copacabana.

Fera Radical, de 1988 - Cláudia, volta a Rio Novo para vingar o extermínio da família. "Não esperava o sucesso que foi".

Top Model, de 1989 - A modelo Maria Eduarda, a Duda.

O Dono do Mundo, de 1991 - Márcia, professora do subúrbio. O cirurgião Felipe Barreto, de Antônio Fagundes, aposta que tiraria a virgindade da moça antes do marido, seu funcionário, e consegue. "Ninguém imaginava que as pessoas ficariam tão ofendidas".

Anos Rebeldes, de 1992 - Maria Lúcia, uma formanda do Colégio Pedro II. A trama é ambientada no Rio entre 1964 e 1979.

O Mapa da Mina, de 1993 - Wanda.

A Justiceira, de 1997 - Diana Maciek, policial abandona a carreira após matar acidentalmente o parceiro. Malu engravidou e a série foi reduzida de 32 para 12 episódios.

Labirinto, de 1998 - Paula Lee, garota de programa.

Força de Um Desejo, de 1999 - Ester, dona do bordel mais famoso da Corte do Rio de Janeiro.

Celebridade, de 2003 - Maria Clara, produtora musical.
 

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