Luiza Dantas/Carta Z Notícias/TV Press Patricya Travassos está no elenco da novela Caminhos do Coração, da Record

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Tanto que, além do contrato para a novela, já tem mais três anos de compromisso com a emissora, a contar da data do término da trama de Tiago. "Ouvi muitas histórias de pessoas que deixaram a TV Tupi e arriscaram entrar na Globo. Deu certo naquela época", analisa a atriz.

Por outro lado, sua opção acabou colocando em risco um de seus maiores prazeres atualmente: apresentar o Alternativa Saúde, no GNT. "O programa passaria por reformulações e eu ainda levei uma bomba para a equipe. Espero poder continuar na próxima temporada também", torce ela, que está à frente do programa há 10 anos.

Confira a entrevista com a atriz:

Caminhos do Coração é a primeira novela que você faz na Record. Existe diferenças entre o público das duas emissoras?
Existe. Eu não sei explicar ao certo, mas são públicos completamente diferentes. Para mim isso é muito bacana, porque já tenho o meu público da tevê a cabo, por causa do Alternativa Saúde, que é o que me pára mais para comentar. O legal é que quando eu vou ao salão de beleza, por exemplo, vejo as pessoas fazendo aquele burburinho, aí depois que sento e começo a conversar - porque adoro bater um papo -, todo mundo fala dos crimes da novela. Funciona como um bom termômetro para a audiência.

Você estava há muitos anos sem se comprometer com outra emissora aberta, trabalhando só na Globo. O que a fez experimentar a Record?
O Tiago me chamou para fazer a novela e, aos poucos, fui ficando seduzida pelo convite. Existe uma insegurança muito grande, porque conheço todo mundo na Globo e a Record é uma casa nova. Mas cresci na profissão ouvindo as histórias de pessoas que deixaram a TV Tupi para trabalharem na Globo na época em que não havia esse sucesso. Eles fazem parte dessa história. Acho que agora chegou a minha vez de arriscar, ver se de repente também vou fazer parte da história de sucesso de uma emissora que está disposta a concorrer com a líder.

Isso causou algum mal-estar entre você e o GNT?
Aconteceram várias coincidências. O GNT é um canal que está sempre se modernizando e o meu programa estava há anos com o mesmo formato e sofreu uma queda de audiência na última temporada. Aí, de repente, cheguei com a informação de que ia fazer novela na Record. As pessoas pensaram se não seria a hora de trocar a cara do programa e, com isso, a apresentadora também. Conversamos muito e decidimos mudar só o formato. Ainda não sei o que vai acontecer na próxima temporada, mas minha vontade é ficar.

Além do contrato para a novela, você já renovou por mais três anos. O que levou você a se comprometer com a Record por tanto tempo?
O Tiago sempre diz que na Record a fila anda. Acho que existe mais espaço para que os profissionais possam se sobressair. Eu escrevo, apresento, atuo, ou seja, posso abrir vários leques na Record. Acho que não custa nada tentar. Na verdade, não torço por nenhuma emissora, só quero ver o mercado se abrir. Mas queria muito ter a oportunidade de escrever um seriado, algo mais sofisticado. Parece que o Brasil acha que não sabe fazer esses produtos. Pode ser que exista uma chance na Record. Na Globo quase surgiu, mas acabou sendo engavetado.

Com as suas outras atividades, você não costuma fazer tantas novelas. A Record tem um banco de atores bem menor que a Globo. Isso preocupa você?
Sei que nesses quatro anos vou acabar fazendo umas três ou quatro novelas com eles, mas tudo bem. A emissora está me dando espaço para buscar outras coisas. Estou adaptando meu livro Monstra para o teatro e devo montar o espetáculo no ano que vem. O Jorge Fernando vai dirigir. Agora, eles me dão folga para gravar o Alternativa Saúde. Não estou mais grilada com essa questão do tempo, da agenda. Até porque, acima de tudo, sou atriz. Essa é minha base, o meu maior prazer.