| Pedro Paulo Figueiredo/TV Press |
Patrícia (Babi) e Alfredo (Dalcin) namoram em cena da trama |
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No cenário da sala de estar da promotora Patrícia, vivida por Babi Xavier, acontece a gravação de uma cena esperada há semanas pelos espectadores de Vidas Opostas. É o momento em que Carla, de Juliana Lohmann, descobre que a mãe e Alfredo, seu colega de escola, encarnado por Daniel Dalcin, estão tendo um caso.
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A polêmica relação entre uma mulher e um garoto é uma das histórias da trama que vão esquentando com a proximidade do fim da novela. "É como corrida de Fórmula 1, o final é a melhor parte", compara Edgard Miranda, um dos diretores da novela, que espera alcançar no último capítulo média de 30 pontos, o dobro da audiência normal.
Segundo Edgard, ele faz seu "dever de casa", ou seja, busca referências em filmes clássicos para a novela. Nesta seqüência, a inspiração veio de A Primeira Noite De Um Homem, de Mike Nichols. "Sou exigente comigo e com os atores, mas respeito o limite deles. Quando estão esgotados, não adianta insistir", conta o diretor, que não abre mão de um ensaio antes de qualquer gravação.
Na cena do aguardado "flagra", havia ainda um empecilho. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, menores de idade não podem ser expostos a situações constrangedoras, como presenciar preliminares sexuais. Por isso, Edgard tem de gravar duas vezes a situação. Na primeira, há uma câmara virada para Babi e Daniel, que estão no maior "amasso".
No lugar de Juliana, quem entra pela porta e dá as falas da moça é o assistente de estúdio, o que gera brincadeirinhas entre a equipe do tipo: "Nossa, Carla, você ficou careca!". Quando o diretor já está satisfeito com o resultado deste ângulo da cena, Juliana é chamada e grava sua participação. Aí, Babi e Daniel estão no sofá, mas trocam apenas beijos. "Tem que pensar em todas as posições, de forma que o resultado fique natural no vídeo, é como um balé", admite Babi, que confessa que os beijos são de verdade. "Não sei dar beijo técnico, acho que fica falso", confirma.
Desde 21 de novembro de 2006 no ar, Vidas Opostas colocou personagens favelados como protagonistas, explorou ao máximo cenas de ação e até exibiu um delegado injetando cocaína. Como conseqüência da ousadia de Marcílio Moraes, a trama alcançou índices de audiência só experimentados pela Record com Prova de Amor e teve seu término adiado algumas vezes, sempre conseguindo manter fôlego, sem cair no tédio comum a novelas que são "esticadas".
Com o último capítulo marcado para 27 de agosto, atores e produção já estão em clima de fim de festa. "É como ler um livro. Ao longo da trama, fui me apaixonando pelos personagens, agora está difícil acabar a história. Mas fica o orgulho do dever cumprido", avalia Daniel Dalcin, cujo contrato com a Record termina com o fim da produção.
Não foi só Daniel que já começou a pensar no término de Vidas Opostas. A presença da câmara fotográfica para registrar os bastidores da novela denuncia que Juliana já sente saudades da rotina de gravações. Em um dos intervalos, a atriz está em um momento tão descontraído com Daniel que suas gargalhadas podem ser ouvidas no "set", o que lhe rende até um "pito" do diretor.
"A gente virou uma família. Eu amei fazer a Carla, aprendi muito com seu jeito 'descolado' e divertido", diz ela, que depois de tirar o figurino da personagem para ir embora, abraça Babi e sussurra "Tchau, mãe!".
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