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Sábado, 14 de julho de 2007, 12h17 
Com baixa audiência, emissoras recorrem a autores de peso
 
Gabriela Germano
 
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Eterna Magia  (foto) tem supervisão de Silvio de Abreu
Eterna Magia (foto) tem supervisão de Silvio de Abreu
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Uma novela pode tomar muitos rumos. E, às vezes, com um roteiro mal traçado e uma escalação de elenco duvidosa, descamba para o fracasso. Para evitar que alguns folhetins sigam um caminho sem volta, as emissoras recorrem a autores mais experientes. Eles são guias que podem indicar o melhor destino para a história e seus personagens. Eterna Magia, atual novela das seis da Globo, é escrita por Elizabeth Jhin e tem como supervisor de texto Silvio de Abreu.

A obra sofreu problemas de audiência e passou por modificações na direção, cenários, iluminação e figurinos. A autora, porém, jura de pés juntos que as mudanças que aconteceram na história já estavam previstas. Mas Silvio está a postos para o que for preciso. "Posso manter contato com a Elizabeth e a qualquer momento aconselhá-la em relação ao encaminhamento da novela", explica o escritor, que já supervisionou outros autores, como Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral. Quando tudo corre bem, no entanto, um supervisor de texto deixa a novela seguir sozinha por volta do capítulo 30.

Na Record, um folhetim que deu alguns tropeços foi Bicho do Mato, de Cristianne Fridman. A estréia registrou 15 pontos mas os números foram caindo. A emissora resolveu investir mais nas cenas de ação e Tiago Santiago, supervisor do trabalho, participou de todo o processo, apesar de não assumir ter tomado a frente da autoria dos capítulos. "Meu comportamento foi de parceiro da autora. Procurei passar a minha experiência no sentido de indicar caminhos para a novela", desconversa Tiago.

Mas não são só os autores que atuam como supervisores que são capazes de assumir as responsabilidades no meio do caminho. Alguns profissionais são pegos de surpresa e ganham a incumbência de tocar projetos alheios. Um dos casos mais recentes aconteceu em 2005 com Bang Bang. Mário Prata se afastou do comando e a Globo tentou levar a novela à frente com a equipe que já colaborava com o autor. Não deu certo e Carlos Lombardi foi chamado a fazer o "remendão", como ele mesmo diz. "Tive de meter a mão em uma história para tentar torná-la mais popular, usando a minha intuição e me adaptando às condições de produção que recebi", conta Lombardi, que avaliou a tarefa como "complicada e muito trabalhosa".

De acordo com o próprio Lombardi, sua missão teria sido menos difícil se a emissora tivesse permitido uma saída muito comum em décadas passadas e idealizada por Janete Clair. Nos anos 60, autores já eram chamados para "fazer uma faxina" em novelas alheias e tentar salvá-las do fracasso. Em "Anastácia, a Mulher Sem Destino, escrita inicialmente pelo ator Emiliano Queiroz, Janete não pensou duas vezes: provocou um terremoto na história e matou quase todo o elenco. Entre os quatro sobreviventes restou o ator Henrique Martins, que interpretava o personagem Henry de Monfort na trama. A experiência foi traumática, pois Henrique apagou esse momento de sua memória. "Faz tanto tempo que se passou essa história. Não me lembro de nada", afirma ele, que também dirigia a novela.

Bem viva na lembrança de muita gente, no entanto, está Esperança, que a Globo exibiu em seu horário nobre em 2002. Na época, Benedito Ruy Barbosa não conseguiu suportar o ritmo e as cenas eram gravadas na véspera ou no mesmo dia em que iam ao ar. O autor não era um novato, mas mostrou não conseguir lidar com o ritmo industrial que cada vez mais dita a rotina da produção de telenovelas.

O "anjo" da vez foi Walcyr Carrasco. Ele criou novas situações, incluiu novos personagens e tem a experiência bem fresca na memória, mas prefere não resgatá-la. "Eu não falo sobre Esperança", enfatiza sem titubear. Uma mostra de que, apesar desses profissionais estarem sempre dispostos a colaborar, não gostam de falar de suas táticas. E nem se sentem muito confortáveis na posição de salvadores da pátria.

Salvas, porém feridas
Se as novelas com problemas de audiência assustam as emissoras, preocupadas com lucros e patrocinadores, os folhetins que enfrentam problemas operacionais tiram o sono e a alegria de toda uma equipe. Não são poucas as tramas que, depois de estarem no ar, enfrentaram troca de autores devido a questões de saúde e morte. Em 1980, Cassiano Gabus Mendes sofreu um enfarte enquanto escrevia "Plumas e Paetês.

Cerca de 100 capítulos tinham sido exibidos e Silvio de Abreu foi chamado às pressas para dar continuidade ao projeto. "Eu não tinha visto nenhum capítulo porque estava escrevendo o filme Mulher Objeto. O Cassiano estava incomunicável. Assisti tudo em um fim de semana e comecei a escrever o que vinha pela frente. Quando, enfim, pudemos conversar, ele me deu carta branca", recorda Silvio, ao falar da experiência que foi um sucesso.

Pouco tempo depois, em 1983, a equipe de Sol de Verão sofreu um duro golpe. O ator Jardel Filho, que interpretava Heitor, o protagonista da história, morreu depois de sofrer um ataque cardíaco. Manoel Carlos, autor da novela, alegou não ter condições para dar continuidade ao trabalho e contou com a ajuda de Lauro César Muniz. "Foi um caso muito complicado pois o clima era péssimo. Eu escrevia o capítulo para o elenco gravar no dia seguinte e tive de escrever os 17 capítulos finais sem contar com o protagonista", lembra Lauro César, que teve a ajuda de Gianfrancesco Guarnieri na missão.

Instantâneas
# Em algumas novelas, o diretor é que é substituído na tentativa de alavancar a audiência. Na segunda versão de Irmãos Coragem, exibida em 1995, Luiz Fernando Carvalho foi trocado por Reynaldo Boury depois de discordar do autor Dias Gomes sobre a maneira de conduzir a história.

# Uma crise pessoal, e não de audiência, mudou a direção de Duas Vidas, folhetim de 1976. Daniel Filho se afastou do comando depois que Beth Faria, sua paixão na época, envolveu-se com Mário Gomes. Jardel Mello e Gonzaga Blota assumiram a novela.

# Em 1996, Lauro César Muniz foi o encarregado de salvar Quem é Você, de Solange Castro Neves. "Eu era supervisor e a Solange pediu meu afastamento. Mas ela não tinha condições de escrever sozinha. Foi catastrófico e fui obrigado a voltar", recorda Lauro.
 

TV Press
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