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Domingo, 13 de maio de 2007, 10h39 
Silvio Santos faz do SBT uma emissora à sua imagem
 
Mauro Trindade
 
Marcelo Monteiro/Terra
Silvio Santos aposta no contato direto com o espectador
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As mudanças que envolvem estréias e adiamentos de programas do SBT, como Charme e Ídolos, são desconcertantes. E confirmam o caráter centralizador da direção da emissora, capaz de surpreender funcionários e telespectadores com alterações repentinas que parecem não obedecer a um perfil definido ou a uma seleção de atrações submetidas a uma política de programação. Há só um perfil, só um conceito. E ele se chama Silvio Santos.

Desde que estreou em 1962, com o programa Vamos Brincar de Forca?, na TV Paulista, Silvio Santos demonstrou ser ímpar na tevê brasileira, criando a segunda rede de emissoras do País, somente atrás da Globo. Sua bem conhecida trajetória é um modelo de sucesso empresarial. Foi camelô, radialista, animador de auditórios e, a partir de 1976, tornou-se dono da própria emissora, chamada então de TVS. Montou a televisão baseado unicamente na experiência profissional, que valoriza o contato direto do comunicador com o espectador, de uma forma amigável, simples e insistente.

De certa forma, o empresário Silvio Santos ainda preserva o conhecimento adquirido como vendedor de rua que foi um dia. E sabe como ninguém da importância da relação pessoal com a platéia, da voz agradável e radiofônica que transmite segurança e otimismo e de uma linguagem coloquial, que jamais intimida o interlocutor com palavras difíceis e temas sofisticados.

Tudo em sua emissora segue esta lógica moldada por um comunicador astuto. Nada é por acaso. A preferência pelos programas de auditório, com seus "clones" Gugu Liberato e Celso Portiolli, a simplicidade dos cenários e o apelo permanente às relações familiares também respondem a esta orientação. Curiosamente os programas que importa de emissoras norte-americanas, como o Topa ou não Topa - oriundo da rede NBC dos Estados Unidos - se submetem à mesma lógica singela. E até os telejornais procuram um tom menos analítico e mais testemunhal, caso das entrevistas por telefone no SBT Brasil, ancorado por Cynthia Benini e Carlos Nascimento.

Em Ídolos, por exemplo, o que menos está em jogo é o talento musical dos participantes, mas as afinidades do público com eles. Tanto que a rara escolha e a freqüente execração dos candidatos acontecem em poucos segundos. O perfil dos jurados é idêntico àqueles do velho Show de Calouros, com uma boa, vários feios e um malvado. A cantora Cynthia Zamorano é a Márcia de Windsor da nova geração, nem tão condescendente com os candidatos, mas certamente a mais gentil da equipe. Carlos Miranda e Thomas Roth ficam na segunda categoria e Arnaldo Saccomani desempenha com louvor o papel que um dia coube ao pianista Zé Fernandes e à grande cantora Aracy de Almeida. E Qual é a Música?, com Silvio Santos em grande forma, surpreende pela vivacidade e diversão conquistadas com uma fórmula tão antiga.

Tantos anos depois de estrear na tevê, Silvio Santos consegue manter uma extraordinária coerência com o próprio sucesso. Pode ser acusado de ter criado uma emissora caótica, simplória e conservadora. Mas a agilidade com que consegue alterar sua programação e, muitas vezes, com bons resultados, parece corroborar com suas decisões. Silvio Santos continua sendo a voz - e a cara - de boa parte do Brasil. O País do século 21 não mudou tanto assim.
 

TV Press
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