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Vidas Opostas
Domingo, 22 de abril de 2007, 16h01 
'Vidas Opostas' insiste em cenas fortes e mantém público fiel
 
Gabriela Germano
 
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Marcílio Moraes pode comemorar sem medo os resultados alcançados por Vidas Opostas, novela das 22h da Record. Na época da estréia do folhetim, o autor prometeu um trabalho audacioso, disposto a retratar fielmente a realidade do tráfico e da violência que atormenta o Rio de Janeiro. Ele vem cumprindo o projeto e a carga de cenas fortes é cada vez maior na trama.

» Leia os capítulos de Vidas Opostas!

Ao contrário do que muitos temeram e proclamaram, tiroteios, perseguições e mortes não afugentaram os telespectadores mesmo depois de cinco meses de história no ar.

A média de audiência de Vidas Opostas é de 17 pontos, marca alcançada anteriormente apenas por Prova de Amor, considerada até hoje a novela mais estável da Record.

Mas, no caso de Tiago Santiago, o bom desempenho vinha de sua maneira agradável de escrever. Com uma boa dose de ação, ele apresentou um folhetim com romance, drama e tudo o que o público já está acostumado a ver em mais de 40 anos de teledramaturgia.

Além de topar o desafio e confiar em uma emissora que precisava retomar a tradição de produzir novelas, não correu outros riscos. O mérito de Marcílio Moraes é maior porque ele tem a coragem de tocar em temas pesados e polêmicos. Cutuca feridas dolorosas, sentidas por grande parte da população e que provocam identificação.

Ultimamente, os meios de comunicação discutem muito se com a enxurrada de violência no cotidiano das ruas e nos noticiários, a ficção não deveria pegar mais leve no "retrato da realidade". Se os telespectadores de Vidas Opostas fossem consultados, certamente a resposta a essa pergunta seria não.

Pois eles continuam em frente à TV mesmo com um número incontável de cenas de ação. Em capítulos mais recentes, por exemplo, quando Boris, personagem de Nicola Siri, organiza a fuga do mocinho Miguel e, conseqüentemente, do traficante Sovaco, o que se viu foi uma seqüência bastante longa de perseguição e tiroteio.

É preciso dizer que a conclusão dessa história é inacreditável e beira o risível. Sozinho, Boris conseguiu se livrar de quase uma dezena de viaturas da polícia e não teve, ao menos, um pneu de seu carro furado para dificultar a empreitada. Ainda conseguiu dar uns tiros certeiros nos policiais enquanto dirigia, diga-se de passagem. James Bond perde.

Apesar dos exageros, são acontecimentos como esses que fazem a melhor parte da novela. Porque os outros núcleos, os dramas ou as alegrias de amor, se encontram em qualquer folhetim.

Não é à toa que, além dos atores que interpretam traficantes e bandidos, o maior destaque da trama vai para o corrupto delegado Nogueira, de Marcelo Serrado. Sem dúvida nenhuma o ator está no melhor momento de sua carreira televisiva.

Os inescrupulosos de Vidas Opostas atraem porque os telespectadores podem não saber ao certo se querem ver tragédia ou comédia na televisão. Todos sabem, no entanto, que novela é ficção. E por mais nua e crua que a história de Marcílio Moraes possa ser, ela deverá ter um final feliz.

Os bandidos devem ser punidos, as pessoas de bem nos morros provavelmente terão uma chance na vida, o delegado delinqüente vai se dar mal. Pois a coragem do autor tem limites e, na história que sempre termina bem, ele não deve mexer.

Na vida, o pesadelo do dia-a-dia muitas vezes não tem fim. Na novela, por mais que demore, ele tem os dias contados. O retrato da violência, que poderia ser martírio, vira quase um alento.
 

TV Press
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