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Páginas da Vida
Sábado, 17 de fevereiro de 2007, 09h59 
Carnaval é fonte de inspiração para Páginas da Vida
 
Gabriela Germano
 
Ricardo Leal/PRN/Especial para Terra
Quitéria Chagas é Dorinha em  Páginas da Vida
Quitéria Chagas é Dorinha em Páginas da Vida
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Durante os dias de Carnaval, boa parte da programação televisiva se rende à festa mais popular do Brasil. E o tema também é aproveitado pela teledramaturgia. Este ano Manoel Carlos aproveitará cenas do desfile da Sapucaí para agitar um pouco mais a reta final de Páginas da Vida.

Leia o resumo de Páginas da Vida
Leia o resumo de Vidas Opostas

A estratégia contribui com a busca incansável do autor para deixar a trama com cara de realidade. A personagem Dorinha, de Quitéria Chagas, vai aparecer desfilando na escola de samba carioca Império Serrano. A atriz é rainha de bateria da agremiação. "A idéia foi do Manoel Carlos. O Jayme Monjardim disse para ficar tranqüila na avenida que tudo correrá bem", afirma a atriz, em tom de expectativa.

Sem a preocupação documental do autor da Globo, de gravar o desfile das Escolas de Samba e incorporá-lo à novela, Marcílio Moraes também vai inserir o Carnaval em Vidas Opostas, da Record. Um bloco será formado na fictícia comunidade do Torto. "Falo da realidade do morro. Se não tiver Carnaval, fica faltando algo", pondera Marcílio.

Não é de hoje que figuras populares do universo carnavalesco desfilam nos folhetins. E os campeões de audiência são o bicheiro e a porta-bandeira. Uma das primeiras tramas centradas nesses personagens foi Bandeira Dois, de 1971, escrita por Dias Gomes e estrelada por Marília Pêra e Paulo Gracindo nesses papéis. Em 1984, Partido Alto, de Glória Perez, também inclui em seu enredo uma tumultuada história de amor entre porta-bandeira e bicheiro. Cabia a Betty Faria, na pele de Jussara, levar as cores da escola. Ela contracenava com Raul Cortez, o bicheiro Célio Cruz. "É incrível como esses personagens caem no gosto popular. O público se identifica muito", afirma a atriz.

O autor Tiago Santiago endossa o coro. Baseado no conto A morte da porta-estandarte, de Aníbal Machado, ele escreveu um episódio para o Brava Gente intitulado História de Carnaval, em 2001. Juliana Paes era a porta-bandeira e Norton Nascimento, o bicheiro. "Ambientar uma história no Carnaval ajuda a criar identificação. Bicheiro e porta-bandeira são figuras que fazem parte da realidade do povo", diz Tiago.

Em Mandala, Nuno Leal Maia não protagonizou cenas carnavalescas. Mas levou para o seu bicheiro Tony Carrado, influências do bicheiro Tucão que já tinha interpretado no carnavalesco filme O Rei do Rio, de Fábio Barreto. "O bicheiro fala errado, é extravagante e rodeado de mulheres. É um herói meio torto e por isso é popular", defende o ator.

Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva, não se contentou em mostrar apenas o bicheiro. Giovanni Improta, de José Wilker, teve boa repercussão. Mas a novela destacou também outros arquétipos do universo da folia. O carnavalesco Ubiracy, de Luiz Henrique Nogueira, e Daniele, mulher bela e burra do bicheiro, também evoluíram no mesmo andamento. "O jeito da Daniele se vestir e se comportar era extremo. Mas para o público, não. Me inspirei em personalidades do Carnaval que realmente existem e houve identificação", analisa Ludmila Dayer, que viveu a personagem.

A importância do núcleo carnavalesco em Senhora do Destino era tão grande que o autor levou personagens para um desfile na Sapucaí. Luiz Henrique Nogueira se lembra das dificuldades de aproveitar um desfile real para gravar a novela. Aguinaldo Silva aproveitou a passagem da Grande Rio para o fictício desfile da Unidos de Vila São Miguel. "As câmaras da novela e da emissora eram diferentes. Tínhamos de cantar o samba real em alguns momentos e o fictício em outros. Foi confuso", lembra o ator.

Mas essa não foi a primeira novela a misturar realidade e ficção. Em Quatro por Quatro, a personagem Babalu, de Letícia Spiller, era moradora da Ilha do Governador e desfilou na escola União da Ilha. A equipe de produção teve de se desdobrar. Afinal, eles não podiam atrapalhar o trabalho de um ano da comunidade. "Para nós, é a gravação de uma cena. Para os integrantes da escola, o desfile é a vida deles. São interesses quase incompatíveis", ressalta Ricardo Waddington, que dirigiu a novela na época.

Bloco fechado
A tevê fechada também não quer ficar de fora da festa. Mas prefere retratar a folia de rei momo de maneira diferente. Se mestres-salas e porta-bandeiras parecem inspirar autores de novelas, há profissionais que preferem fugir dessa abordagem que consideram estereotipada. Em 2006, a HBO exibiu o especial Filhos do Carnaval, com direção de Cao Hamburguer e roteiro de Elena Soares. A série que falava de encontros e desencontros de uma família foi o último trabalho de Jece Valadão, que interpretou o bicheiro Anésio Gebara. "Eu tinha uma tese de mestrado sobre o jogo do bicho. Mostrei para o Cao, a HBO aprovou e criamos uma história de Carnaval diferente", conta a roteirista Elena.

Antes da HBO, quem resolveu apostar no mundo da folia foi o Multishow. Em 1997, o canal levava ao ar Joana e Marcelo, produção que mostrava as aventuras de um casal em um ambiente carnavalesco. "Eu tinha realizado um registro do Carnaval da Mangueira. Fiquei com um material expressivo e, junto com Wilson Cunha, diretor do canal, resolvemos criar uma comédia romântica envolvendo o Carnaval da escola", explica o cineasta Marco Altberg, produtor do seriado. Julia Lemmertz e Alexandre Borges é que incorporam os protagonistas da história.

Instantâneas
# "O Carnaval é atrativo para o audiovisual porque é repleto de elementos sonoros e visuais. Isso mexe com o imaginário das pessoas", opina Marco Altberg, produtor de Joana e Marcelo, seriado exibido pelo Multishow.
# Para Lauro César Muniz, que contou na Globo a história da compositora de marchinhas carnavalescas Chiquinha Gonzaga, o cinema já prestou homenagens bem mais valiosas ao Carnaval do que a tevê. "Muitas chanchadas e filmes já enfocaram essa grande festa brasileira. Falta uma novela que faça uma homenagem à altura", defende o autor.
# No capítulo final da novela Partido Alto, um desfile foi simulado na avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro. O acontecimento levou milhares de pessoas ao local para acompanhar as gravações. "Como um personagem era assassinado no meio do desfile, demoramos 12 horas para gravar. Na época, contamos com o auxílio da Viradouro", lembra Roberto Talma, diretor da trama.
 

TV Press
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