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A atriz Juliana Silveira |
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Há cerca de cinco anos, era quase impensável um ator recusar um papel para uma novela das oito da Globo. Recentemente, Juliana Silveira disse não. E sem pestanejar. Distante da telinha há seis meses, desde que acabou a bem-sucedida novela infanto-juvenil Floribella, na Band, a atriz recebeu convites de três emissoras. A própria Band, que voltou a produzir novelas, queria a lourinha para um projeto infantil que só iria ser exibido em um ano. Juliana ponderou que era tempo demais para esperar. A Globo propôs uma prostituta em Paraíso Tropical, de Gilberto Braga. "Como eu iria aceitar esse papel e jogar no lixo um trabalho de dois anos com o público infantil? Com 30, 35 anos faço todas as prostitutas. Fico até nua. Mas agora não!", desabafa a atriz de 26 anos.
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Em seguida, a Record - com três novelas no ar - acenou com a proposta mais interessante: um contrato de quatro anos como atriz, mas sem descartar a possibilidade de um programa infantil. "Meu auge profissional não foi na Globo. Ir para a Record foi a decisão certa. Na Globo me ofereceram a prostituta. Agradeço, é um trabalho, mas não sou deslumbrada. Isso pesou muito porque quero construir minha carreira", analisa a atriz, que estréia na Record em março com a novela Luz do Sol, que substitui Bicho do Mato.
Na história de Ana Maria Moretzsohn, Juliana será Nina, uma sedutora garota de 19 anos que volta ao Brasil após o término de seus estudos nos Estados Unidos. Ela sonha em ser cantora e compositora, depois de rever antigas anotações e poesias de infância. Mas decide voltar ao Brasil para tentar reunir a família. Seu maior problema será a mãe Belquiss, personagem de Françoise Fourton, que sempre "sufocou" a filha.
Para compor a personagem, Juliana vai levar Nina para o divã e construir a personalidade da jovem com sua psicanalista. Aliás, a terapia tem sido uma grande aliada da atriz desde o término de Floribella.
Para se libertar da personagem de cachinhos, a bela loura - que muitos dizem ser sósia da atriz americana Alicia Silverstone - passou a freqüentar sessões de terapia. "Não sabia mais em que hora eu separava a Flor da Juliana. As primeiras coisas que fiz para conseguir isso foram cortar o cabelo, tirar o 'tênis da sorte' da personagem e reorganizar a cabeça", diverte-se.
Mas tanto sucesso, com disco de ouro, DVDs, boneca, tênis e demais produtos infantis, deixam saudade na atriz. "Penso nisso com os pés no chão. Não sei se vou fazer esse sucesso de novo. Posso até fazer outro maior. Mas estou feliz e segura por trabalhar com o público jovem", comemora. Na verdade, Juliana garante que estava mesmo é com saudades de atuar numa novela. "Gosto muito de estudar uma personagem e até de esperar para gravar", exagera.
Quando avalia sua carreira, a atriz assume que tudo foi acontecendo meio por acaso. Desde quando foi assistir ao Clube da Criança, programa de Angélica na extinta Manchete, em 1991. A atriz deixou os estúdios com um convite de Márcia Marba - irmã da apresentadora e empresária de Juliana - para virar Angeliquete.
Ou mesmo quando foi chamada para protagonizar Malhação, em 2003, como a determinada Júlia. "Mas nada na minha vida se compara aos cinco pontos de audiência que eu tinha em Floribella. Foi inexplicável", orgulha-se, antes de emendar: "Ainda bem que sempre segui minha intuição no trabalho. Lembro que na época de Malhação queriam até modificar meu corpo, colocar silicone, diziam que eu tinha de fazer lipo. Não sou uma boneca. Sou uma atriz", avisa.
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