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Amazônia
Domingo, 7 de janeiro de 2007, 13h00 
Glória Perez agrada com Amazônia
 
Mariana Trigo
 
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Contar um pouco da História do Brasil para os brasileiros é uma forma de promover uma certa autoavaliação - que não deixa de ser uma boa maneira de começar o ano. O risco é sempre escorregar para um didatismo entediante e óbvio. A autora Glória Perez aparentemente conseguiu a façanha de não cair nessa cilada em Amazônia - De Galvez a Chico Mendes.

Leia o resumo de Amazônia

A primeira intenção de Glória foi homenagear seu estado natal, pouco conhecido do restante do país, mas conseguiu ser também bastante informativa. Ela destaca, por exemplo, que mesmo após a abolição, o trabalho escravo continuou século passado adentro - e ainda hoje não foi erradicado no Brasil. Ou mesmo revelar as injustiças sociais e a concentração de riquezas, ilustrada pela forma como foi organizada a extração da borracha.

Além da política, a produção tem como ponto forte a estética. Como exemplifica a simples e despretensiosa abertura da trama, que conta com uma única tomada no tronco de uma árvore, que vai se abrindo até revelar uma grande floresta. Ou mesmo a bem-cuidada produção de arte, minuciosa em cada detalhe.

A minissérie consegue valorizar o esforço de gravar em locações no Acre. Manter o elenco durante meses em cidades sem infra-estrutura é trabalhoso, mas pode resultar num grande diferencial na composição dos personagens.

Como os atores passam um longo período convivendo com os habitantes locais e conhecendo os costumes da região, conseguem transmitir mais verossimilhança a seus personagens. Esse é o caso de José de Abreu e José Wilker, nas peles respectivas do Coronel Firmino e de Galvez.

Wilker - finalmente - se livrou das sobrancelhas arqueadas que lhe serviam de bengala para interpretar seu pouco saudoso JK na minissérie do verão passado na Globo. Como o espanhol mulherengo que se torna presidente do Estado Independente do Acre, Wilker se saiu muito bem ao contracenar com Débora Bloch, Vera Fischer e Christianne Torloni - que interpretam, na ordem, Beatriz, Lola e Maria Alonso.

José de Abreu, por sua vez, é bastante convincente como o autoritário dono de seringal. Até mesmo nas entrevistas, o ator defende as atitudes de seu cruel personagem, tão entranhado que está do papel.

À primeira vista, a minissérie só padece mesmo de uma certa falta de ousadia do diretor Marcos Schechtman, que não tem se pautado pela criatividade na construção das cenas. Ele utiliza um conceito um tanto básico e banal de separação de ambientes, como recorrer aos tons quentes em tomadas dos seringais e cores mais pálidas e claras em cenas do urbanas, no Rio e em Manaus.

A impressão é que o diretor tem medo de se arriscar à frente de empreendimento tão grandioso - e caro - e se limita aos enquadramentos mais básicos. Desperdiçou, por exemplo, excelentes possibilidades oferecidas pelo suntuoso Teatro Amazonas, locação de algumas cenas da trama. Em vez de ousar ângulos inovadores ou reveladores, ficou em tímidos "closes" dos atores.

Schechtman, no entanto, acertou no ritmo. E pela agilidade, tem boas chances de prender a atenção e manter a satisfatória média de 34 pontos da estréia, com 50% de participação. Isso apesar de ir ao ar tarde da noite, após o Big Brother Brasil.

Ainda mais que a edição é bastante enriquecida pela interessante trilha sonora. Da cantora Maria Rita ao maestro Heitor Villa-Lobos, a trama é embalada por canções que ajudam a ressaltar a brasilidade e recuperar um pouco o orgulho nacional, vilipendiado nos últimos tempos.
 

TV Press
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