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Alguns a amam. Outros a odeiam. O mais recente biógrafo de Paris Hilton, que passou mais de um ano estudando a mais famosa "celebutante" do mundo diz que sente pena dela.
 "As pessoas não deveriam me julgar", diz Paris Hilton
O bisavô da socialite, Conrad Hilton, fundou o império global dos Hotéis Hilton. Paris foi projetada para a fama internacional em 2003, quando um vídeo caseiro que a mostrava transando com um ex-namorado percorreu a Internet.
Munida da publicidade proporcionada pelo vídeo e por seu reality show The Simple Life, Paris Hilton construiu para si o status de uma celebridade multimilionária. Seu comportamento ultrajante e suas roupas minúsculas lhe valeram manchetes e capas de revistas em todo o mundo.
O biógrafo Jerry Oppenheimer, autor de House of Hilton - From Conrad to Paris: A Drama of Wealth, Power, and Privilege (A casa dos Hilton, de Conrad a Paris - Um drama de riqueza, poder e privilégios), disse que a celebridade, de 25 anos, fez dela mesma
"A garota" da década, atraindo uma multidão de fãs e imitadoras.
Mas, segundo ele, suas farras e suas atitudes de garota rica mimada ¿incluindo sua prisão recente por dirigir embriagada¿ irritou muitas outras pessoas. A aversão que provoca é tão forte que, recentemente, ela liderou a lista de celebridades femininas que as pessoas mais gostariam de ver sendo morta num filme de terror, segundo uma sondagem.
Consta que Paris também conquistou um lugar no Livro Guinness de Recordes de 2007, como "a celebridade mais superestimada", e que ajudou a personificar o neologismo "celebutante", um misto de "celebridade" e "debutante" usado para indicar uma pessoa que busca chamar a atenção mais por seu mau comportamento que por seu talento.
Amada ou odiada, o fato é que Paris Hilton veio para ficar, pelo menos por algum tempo, diz Oppenheimer.
Pressões na infância
O biógrafo disse que acabou sentindo pena de Hilton, por acreditar que sua mãe e sua avó materna a induziram a usar o nome de família e seu lado exibicionista para virar celebridade.
"Sua mãe, Kathy, a maquiava e a deixava frequentar boates desde muito jovem", disse Oppenheimer, autor de biografias de Martha Stewart e Rock Hudson, em entrevista concedida por telefone.
"Sinto pena dela, porque, de certo modo, ela não teve chance de fazer nada a não ser viver os sonhos que sua avó e sua mãe nutriam para elas mesmas."
Oppenheimer disse que as ameaças legais da mãe de Hilton não impediram que o livro saísse e acabaram levando amigos e familiares de Paris a vir a público com suas histórias.
Ele disse ter ficado espantado ao descobrir que a avó materna de Paris pressionara sua filha a lançar-se numa carreira de modelo e atriz que nunca chegou a decolar de fato.
Desde que Paris ficou famosa, sua mãe apareceu como apresentadora do reality show I Want To Be A Hilton, procurando aproveitar a fama da mais velha de seus quatro filhos. Mas o programa foi criticado e teve poucos episódios.
"É uma família bizarra", disse o autor. "Na realidade, seus pais não se opuseram (ao vídeo sexual), porque foi isso o que realmente fez Paris deslanchar."
Oppenheimer disse que é difícil dizer se Paris Hilton é realmente como aparece, ou se é invenção de uma equipe de marketing astuta que sabia que sua descrição de herdeira é falsa. Na verdade, ela vai herdar pouco do império Hilton e precisa trabalhar para ganhar a vida.
"Paris fala qualquer coisa que lhe vem à cabeça. Ela tende a inventar histórias e cenários. Me pergunto se ela própria não vive num mundo de fantasia", disse o escritor.
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