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Bicho do Mato abusa da agilidade em nova fase |
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Desde a sua estréia, em julho, Bicho do Mato busca uma audiência perdida. Isso porque a expectativa da direção da emissora e dos autores era de que a novela fosse "fisgar", naturalmente, o bom público da antecessora Prova de Amor.
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Leia o resumo de Bicho do Mato
A sucessão, no entanto, ficou no desejo. E ao menos até o momento, a emissora se viu obrigada a "engolir" a variação entre 9 e 13 pontos de ibope, com picos de 15 e participação que oscila entre 18% e 20%.
O número, que representa a segunda maior audiência do horário, não é nada ruim. Muito pelo contrário. Mas a Record quer mais. Por isso, mudou um pouco o perfil da novela. Neste último mês, a trama dividida entre Pantanal e metrópole ganhou mais cenas de ação e o texto de Cristianne Fridman e Bosco Brasil, agilidade.
O ritmo da trama ficou mais interessante, mas pequenos deslizes comprometem as mudanças. Por exemplo, uma novela na qual os antagonistas não convencem perde credibilidade junto ao telespectador.
Miriam Freeland decepciona com os sorrisos cínicos e as gargalhadas de Ruth ¿ que soam sempre falsas. Marcos Mion também não convence na pele do "playboyzinho" Emílio. O Ramalho, do Jonas Bloch, que seria o grande vilão da história, está devendo, talvez por conta do texto, talvez por não ter encontrado uma direção para o seu personagem.
Castrinho está muito "over" como o delegado Maurinho e Beatriz Segall, uma atriz de grandes papéis, está praticamente jogada ao léu.
Além disso, algumas cenas são muito forçadas. Bicho do Mato tenta transmitir verossimilhança, mas não convence ninguém. Certas histórias chegam a ser absurdas, até mesmo para um folhetim. É muito difícil acreditar que o Ramalho de Jonas Bloch, um homem mau, empresário inescrupuloso e mandante de assassinatos, seja chantageado por Betinha, uma garotinha suburbana de 19 anos, interpretada por Amandha Lee.
Outra derrota é o casal de advogados Eduardo e Maria Elisa, vividos por Gustavo Melo e Janaína Lince. Não há qualquer resquício de química entre eles e tampouco qualquer demonstração de talento. Para completar a lista, o núcleo indígena é bizarríssimo! Se a intenção era formar uma aldeia de índios que convencesse o público, a produção poderia ter organizado um "workshop" com os atores, para lhes dar modos que ao menos lembrassem - um tantinho - o comportamento de índios brasileiros.
Talvez o único acerto até o momento seja o casal protagonista, que não demonstrava força no início da trama, mas começa a dar sinais de evolução. Parece que André Bankoff e Renata Dominguez estão finalmente encontrando o tom correto para os mocinhos Juba e Cecília.
Angelina Muniz é outra que vem surpreendendo com boas atuações na pele da matriarca Francisca. A equipe técnica também é digna de elogios. É preciso reconhecer que Bicho do Mato ainda tem algumas deficiências em relação às tramas da experiente Globo.
Mas tirando um errinho aqui e outro ali, iluminação, câmaras, áudio e figurino estão de acordo com o atual padrão dos folhetins da TV brasileira. Como a trama ainda está no seu terceiro mês, há tempo para reformulações.
Resta saber se o diretor Edson Spinello, junto com Cristianne Fridman, Bosco Brasil e Tiago Santiago - que faz a supervisão do texto - conseguirão encontrar soluções capazes de fazer a novela emplacar.
Bicho do Mato - Record, de segunda a sábado, às 19:15 h.
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