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Cobras e Lagartos
Sábado, 30 de setembro de 2006, 16h00 
Autor de Cobras & Lagartos exagera na violência
 
Flavia Cirino
 
Márcio de Souza/TV Globo/Divulgação
Autor tem exagerado nas cenas de violência
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João Emanuel Carneiro erra a mão ao tratar a violência com tanto realismo em Cobras & Lagartos. As novelas das sete da Globo sempre tiveram como características básicas o bom humor e a descontração. Carlos Lombardi é um dos raros autores das sete que mesclou humor com doses de brutalidade, em tramas como Quatro por Quatro, Uga Uga e Kubanacan. Mas Cobras & Lagartos se diferencia por dar ainda mais destaque - próximo à triste realidade brasileira atual - à violência. Não é à toa que o Ministério da Justiça obrigou a Globo a fazer uma contenção nas cenas que envolvem sexo, agressões e armas na novela.

Veja o resumo de Cobras & Lagartos

A trama - que tem registrado 45 pontos de audiência - tenta explorar o lado negativo da sociedade de consumo. E o faz com exagero, como uma caricatura. As falcatruas mostradas pelo autor para ilustrar a chamada "corrida do ouro", na qual pobres e ricos duelam para se darem bem, chegam à tela através de seqüestros, assassinatos e brigas. Talvez por influência de sua antecessora, a malograda Bang Bang, desde o primeiro capítulo de Cobras & Lagartos o uso de armas de fogo é lugar-comum. Nikki, personagem de Tânia Khalil, teve de ser modificada por conta da alta dose de violência.

Uma das possíveis assassinas do milionário Omar Pasquim, vivido por Francisco Cuoco, Nikki personifica a "justiceira". Sofreu no passado, se aliou às pessoas erradas e tenta consertar a vida "a ferro e a fogo". Com o veto da Justiça, o autor emblematicamente chegou a reclamar que estava com dificuldade de desenvolver a história de Nikki sem o uso de armas.

Para que os vilões Leona e Estevão pudessem deter a mocinha da história, Bel, de Mariana Ximenes, João Emanuel imaginou uma série de atentados e seqüestros. Em produções já exibidas às sete em tempos menos brutais que os de hoje, autores buscavam soluções mais simples e criativas. Na novela Guerra dos Sexos, de Silvio de Abreu, uma antológica guerra de tortas na cara entre Charlô, de Fernanda Montenegro, e Otávio, de Paulo Autran, foi o ápice da disputa pelo poder. E a trama central também era a ganância. Os personagens eram primos, assim como Leona e Bel, e brigavam por uma herança. Um acidente aqui, um incêndio criminoso ali e até um seqüestro, e a história foi contada sem um único disparo.

Mas nem só de tiroteios vive Cobras & Lagartos. Lesões corporais, nudez, linguagem e gestos obscenos e insinuação de sexo também recheiam a trama das sete. Não que os folhetins não possam usar tais artifícios. Mas o certo é que horário sempre teve outra "cara", mais leve e risonha. Na faixa das 19h, crianças ainda estão acordadas e costumam assistir às novelas. Até porque acham engraçadas as situações dos moradores do Saara, que se tornaram ricos e não sabem como lidar com o dinheiro. Desse modo, Cobras & Lagartos se firma como uma trama popularesca, que lamentavelmente perde parte de seu valor por causa do uso abusivo da violência.

Globo, 19 h, de segunda a sábado.
 

TV Press
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