Luiza Dantas/TV Press |
A atriz Taís Araújo é um dos destaques de Cobras e Lagartos |
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Cobras & Lagartos peca pelo excesso. Sobram vilões, armações, gritos e cenas agitadas. Em cada capítulo, a impressão que se tem é de que alguma coisa está fora da ordem, o que gera uma constante angústia. A alta velocidade da edição, que no início da trama parecia valorizar o estilo costumeiramente ágil do horário, agora parece um recurso para movimentar diálogos não tão perspicazes quanto os do início da trama. Isso sem falar que muitos atores da novela de João Emanuel Carneiro estão acima do tom, como Elizângela, passando por Maria Maya, Eliane Giardini, Taís Araújo e até a pequena Bruna Marquezine, que também exagera na inquietação de sua personagem. Grande parte do elenco grita desnecessariamente.
Leia o resumo de Cobras & Lagartos
Outro recurso excessivamente utilizado nesse mosaico agitado é a ironia, presente em todos os núcleos. Taís Araújo é a única que consegue utilizar este artifício com talento, no papel da dissimulada Ellen. A aprendiz de vilã é mais um acerto na carreira de atriz, que mostrou que dá conta do recado até mesmo em personagens mais "requintadas". A sua maior vantagem é dividir muitas cenas com o impagável Foguinho, de Lázaro Ramos. Atualmente, a novela só parece ter graça quando o ator está em cena. Possivelmente ele é um dos maiores responsáveis pela satisfatória audiência de 42 pontos de média, com 62% de participação.
O horário das sete há tempos tem sido o eleito para as tramas mais bem-humoradas. No entanto, Cobras & Lagartos se torna enjoativa ao mostrar a ganância, o oportunismo e a falta de caráter a qualquer custo. É uma espécie de humor baixo-astral, onde o lado "engraçado" é passar a perna nos outros ou matar alguém por dinheiro, por exemplo. A trama não respira, não há um núcleo tranqüilo que possa dar o tempo necessário de pausa entre as cenas mais nervosas. Falta um ponto de equilíbrio nesta babel das sete.
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