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Sábado, 19 de agosto de 2006, 21h00 
Há 30 anos, Estúpido Cupido virou fenômeno de audiência
 
Gabriela Germano
 
Arquivo/TV Globo /Divulgação
Novela foi um dos maiores fenômenos de audiência na televisão
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Às sete da noite de 25 de agosto de 1976, muita gente resolveu parar em frente à televisão para conferir as histórias que se passavam na pequena cidade de Albuquerque. O folhetim era Estúpido Cupido. O responsável por esse sucesso, o autor Mário Prata.

Veja a foto ampliada!
Fotos da produção!

Dirigida por Régis Cardoso, a trama se passava no início da década de 60 e contava a história de Maria Teresa, moça ingênua que sonhava em ser miss Brasil. "O Boni elogiou meus diálogos, mas disse que meu texto tinha cara de crônica. Pediu para que eu escolhesse uma história principal e foi aí que me decidi pelo caso da miss", lembra Mário Prata.

A escolha deu certo. A novela chegou a dar 75 pontos de audiência e, na data em que a cantora Celly Campello visitou a cidade interiorana para cantar seu "hit" Estúpido Cupido, bateu os 92 pontos. Em todo o Brasil, a moda do biquíni de bolinhas explodiu e a fama de alguns atores - como Ney Latorraca, que interpretava o rebelde Mederiquis - também.

A atriz Françoise Fourton viveu em Estúpido Cupido a primeira protagonista de sua carreira e lembra com carinho do trabalho. "Foi um presente que me deram. O sucesso foi imenso e até hoje, quando vou a uma festa, tocam Estúpido Cupido", conta entusiasmada.

Entre as cenas mais marcantes, Françoise destaca a inesquecível final do concurso Miss Brasil, realizada no Maracanãzinho. Para conseguir imagens mais emocionantes, a direção optou por não mostrar com antecedência à atriz qual seria o resultado da premiação.

"Já tinha sido miss Albuquerque, miss São Paulo e achava que não seria miss Brasil, até para ficar com o galã, que era contra", explica. Mas o autor não pensou assim e reservou a coroa à mocinha Maria Tereza. "Quando terminou a premiação, os técnicos me mostraram a cena no monitor e comemoramos juntos o ótimo resultado", completa a atriz.

Quem encarnava o mocinho idealista João era Ricardo Blat. Além de destacar a qualidade do elenco que contava com nomes como Maria Della Costa, Leonardo Villar e Luiz Armando Queiroz, o ator destaca a força de seu personagem. "João calçou-me como uma luva. Eu gostava de rock, exaltava valores em busca de um ideal. Fui porta-voz de uma época", empolga-se.

Atores veteranos também definem Estúpido Cupido como um verdadeiro acontecimento. Mauro Mendonça interpretou o delegado Siqueira e, além do bigodão e do bordão "circulando" - marcas que foram reutilizadas por seu personagem Paul Bullock em Bang Bang -, recorda ainda a rigidez do diretor Régis Cardoso.

"Ele exigia texto decorado e respeito aos horários. Eu viajava oito horas de ônibus, de São Paulo para o Rio, e às vezes era difícil", conta. Já Emiliano Queiroz, que viveu o padre liberal Almerindo, sente saudades da dupla de fofoqueiras interpretada por Célia Biar e Kleber Macedo e das imagens dessa que foi a última novela feita em preto-e-branco. "Mário Prata reportou o início dos anos 60 com muita graça", elogia o ator.

Mas nem todas as recordações são positivas. Elisabeth Savalla se lembra das dificuldades enfrentadas com a censura. Ela era a Irmã Angélica, que dava aulas para jovens e as incentivava a desenvolver alguma atividade artística. "Foi uma dificuldade para conseguir montar o Auto da Compadecida, pois o Cristo era negro. Mesmo com os cortes, conseguimos", relembra a atriz.

Para o próprio Mário Prata, que foi obrigado a se deslocar inúmeras vezes para Brasília, essas lembranças da relação com os censores estão ainda mais vivas na memória. "Eles queriam mesmo é intimidar. Uma vez me chamaram para dizer que eu precisava colocar mais açúcar na limonada. A novela estava azeda. Pode isso?", questiona, indignado.
 

TV Press
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