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A montagem do show de Mary Montilla e Guida Guevara tem rendido situações cômicas às atrizes Carmen Verônica e Íris Bruzzi em Belíssima. As intérpretes das ex-vedetes se divertem. E capitalizam o sucesso da novela: estréiam nesta quinta-feira a comédia Amigas para Sempre, de Maria Adelaide Amaral, no Teatro Leblon, Rio de Janeiro.
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"Mary Montilla não vai durar a vida toda, tenho que aproveitar. As pessoas sempre usam o rastro da TV para fazer teatro. Se estivesse na pior, precisando de dinheiro, faria qualquer coisa. Mas ter um texto bom é muito melhor", festeja Carmen, 73 anos completados segunda-feira.
Dois anos mais nova, Íris Bruzzi costuma brincar com a amiga: "Carminha, você está muito metida!" Pura provocação. O sucesso, diz, faz bem ao ego, mas não subiu à cabeça. "Já fomos lindíssimas e famosas. Isso vai e vem. Não dá para achar que é a rainha da cocada", ensina Íris, otimista com a peça: "A gente vai bombar."
Cachorro e casacos
O texto de Maria Adelaide não é inédito, mas foi adaptado para a dupla. "Antes de chegarmos até ela, nos ofereceram um outro texto que não tinha nada a ver. Achei uma ousadia apresentarem uma porcaria dessas para a gente", reclama Carmen.
Na peça, elas são as amigas de infância Regina (Carmen), perua ricaça traída pelo marido; e Ana (Íris), dona de uma pousada ecológica. A primeira busca guarida da segunda para fugir do ex - Francisco Cuoco participa fazendo a voz do personagem. "O marido era garanhão, um 'cadelo'. Não chamo de cachorro porque amo cachorro", brinca Carmen, acostumada a viver ricaças. "Talvez eu tenha atitudes esnobes em cena, mas não sou assim. Ali também não é a Mary, nem a Guida. É outra comicidade¿, distingue.
Falante como ela só, Íris diz que a responsabilidade de migrar para o teatro durante um sucesso na TV é grande. "Ana é diferente da Guida, é ecológica. Já eu adoro um casaco de vison. Não estou nem aí se mataram o bichinho", dispara ela, cheia de expectativas. "Não podemos decepcionar o público".
Em cena, as duas disputam um hóspede da pousada (Roberto Lopes). "Regina é certinha, mas acredita no que a cartomante (participação de Fernanda Montenegro, em vídeo) lhe diz", conta Carmen. O conselho? "Só indo ao teatro para descobrir", convida.
Bumbum e talento
Mary Montilla marcou a volta de Carmen Verônica à TV depois de mais de 10 anos - sua novela anterior foi Deus nos Acuda (1993), também de Silvio de Abreu. "Se tiver que esperar mais 12 anos para fazer outra coisa vou ter 85 anos. Ninguém vai me contratar", diz a atriz, que adora atuar: "O vírus do trabalho entra no sangue e não sai. Mas aí perguntam: 'O que você fez nesses anos todos fora da televisão?' Fiz o que todo mundo faz: fui ao banheiro, almocei, viajei muito. Tenho marido, filhos e netos para cuidar", informa. E completa, irônica: "Quando a gente não trabalha na Globo não morre, não!"
Íris Bruzzi, que assim como Carmen estrelou a lista das "Certinhas do Lalau", de Stanislaw Ponte Preta, nos anos 50, costuma dar as caras com mais freqüência nas novelas. Nunca deixei de trabalhar", frisa a atriz, que esteve em O Beijo do Vampiro (2002) antes da atual novela das oito.
Carmen conta que, nos tempos de vedete, a realidade era outra. "Fui subindo aos poucos na carreira. Comecei no fundo do palco até vir para a fila da frente e saber que podia encarar o público", recorda. "Hoje basta ser bonitinha para ter destaque. Você tem que lembrar que um dia a bunda cai, o que não é o meu caso, mas o talento fica", acredita.
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